O ano de 2016 é mais aguardado do que nunca no meio político e econômico. Desde a última quarta-feira, a política anda meio adormecida, com alguns movimentos apenas nas esferas nacional e nos executivos estaduais e municipais. Os legislativos pararam e precisam passar por um momento de análise profunda do que está por vir. Já a economia vive certo sufoco por conta da insegurança instalada no Palácio do Planalto.
Para muitos especialistas, o ano que se encerra foi de grandes dificuldades para o Brasil, onde os escândalos que surgiram foram os principais responsáveis pelo momento de caos político e econômico. “Desde a redemocratização, nunca tínhamos tido ano tão difícil para o Brasil. Os baixíssimos índices de popularidade dos nossos governantes, principalmente ao nível federal, a incapacidade do Congresso de aprovar uma efetiva e eficaz reforma política, as prisões e os escândalos de corrupção envolvendo figuras de proa da política e do empresariado, aliados aos pedidos de cassação de chefes de poderes da República e a grave crise econômica, nos fizeram perceber que a nossa incipiente democracia ainda precisa muito ser aperfeiçoada”, disse o advogado eleitoral Carlos Sérgio de Carvalho, que ainda incorporou à lista de fatos negativos o aumento da violência nas grandes e pequenas cidades, mas que também destacou que tudo isso pode servir como bons ensinamentos para o ano que vem.
Outro advogado eleitoral, Abdon Marinho, lembrou que há 23 anos não se pedia um impeachment de um presidente, o que foi apenas um dos episódios daquilo que ele chamou de ‘um cenário conturbado’. Bem diferente do que ele viu no Maranhão, onde o atual governo teve tranquilidade para realizar os trabalhos que se propôs tirar do papel. “A oposição, por ser minoria, exerceu um papel incipiente. O governo [do Estado], se não fez mais, não foi devido a perturbações no cenário político. Teve toda possibilidade de trabalhar”, disse.
Disputa Eleitoral
São Luís e eleições municipais
Em 2016, o Brasil todo vai passar pelo processo de eleições municipais. Prefeitos e vereadores serão eleitos – ou reeleitos – para os próximos quatro anos. São Luís já tem alguns pré-candidatos, entre eles, o atual prefeito, Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Mas, mesmo com os nomes que se apresentam, o número de candidatos competitivos não é grande. “O quadro político local está bastante enfraquecido para a disputa do ano que vem”, salientou Abdon Marinho, que complementou: “Você vê as pesquisas, os candidatos estão quase que embolados, o que reflete um pouco a falta de opção do eleitorado. Você pega o prefeito, que tinha mais de 70% de rejeição, e hoje você vê que, para a sucessão dele, há equilíbrio entre os três, quatro principais candidatos. O que se deduz é que o eleitorado não está se sentindo com opções consistentes”.
São Luís e eleições municipais
Em 2016, o Brasil todo vai passar pelo processo de eleições municipais. Prefeitos e vereadores serão eleitos – ou reeleitos – para os próximos quatro anos. São Luís já tem alguns pré-candidatos, entre eles, o atual prefeito, Edivaldo Holanda Júnior (PDT). Mas, mesmo com os nomes que se apresentam, o número de candidatos competitivos não é grande. “O quadro político local está bastante enfraquecido para a disputa do ano que vem”, salientou Abdon Marinho, que complementou: “Você vê as pesquisas, os candidatos estão quase que embolados, o que reflete um pouco a falta de opção do eleitorado. Você pega o prefeito, que tinha mais de 70% de rejeição, e hoje você vê que, para a sucessão dele, há equilíbrio entre os três, quatro principais candidatos. O que se deduz é que o eleitorado não está se sentindo com opções consistentes”.
Economia
Para Abdon Marinho, a recuperação política do país passa pela estabilidade econômica, o que, para ele, será difícil de se alcançar, pela falta de sinais para que isso aconteça. “Devemos começar o ano que vem com a inflação chegando a 11%. A tendência é que ele se mantenha nesse mesmo percentual. Com isso, teremos, em dois anos, uma inflação girando em torno de 20%, o que é muito alta. A taxa de juros também deve elevar, chegando a 15% – podendo ser a maior taxa do mundo. A indústria brasileira não está crescendo, vivemos em recessão. Como podemos pensar em melhoras na política com esse cenário? O que vemos são as pessoas sendo desempregadas. Perdemos em 2015 mais de um milhão de postos de trabalhos. Não vemos esperança nisso. Eu vejo com bastante reserva – para não dizer pessimismo – o ano de 2016”.
Esperança
Apesar da crise, o advogado Carlos Sérgio de Carvalho diz esperar que, em 2016, continue o avanço no combate à corrupção, sem o comprometimento do direto de defesa e do estado de direito. “Que a sociedade e o Estado tenham não somente a capacidade de punir os malfeitos, mas também de prevenir e aperfeiçoar o sistema político-eleitoral para que o povo possa melhor escolher os seus representantes e estes não se desvirtuam do interesse público. Espero que as novas regras eleitorais, embora ainda tímidas, possibilitem, efetivamente, uma menor influência do poder econômico nas eleições de outubro de 2016, pois, quase sempre, advém daí a corrupção. Precisamos mudar, não é possível continuar criminalizando toda a atividade política. A política tem que ser para os bons”, sacramentou.