Planalto aposta em desgaste de Cunha para evitar queda de Dilma Rousseff
Após ser abandonado pelo PT no Conselho de Ética, Eduardo Cunha acata o pedido de afastamento da presidente da República e incendeia a política no país
Em menos de seis horas, a política brasileira evoluiu de um jogo de chantagens e negociatas para a abertura formal de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff. Às 13h, Rui Falcão, o comandante do Partido dos Trabalhadores, pediu aos representantes da legenda no Conselho de Ética que votassem pelo prosseguimento do processo de cassação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Antes das 19h, o deputado contra-atacou com a arma mais pesada: aceitou o pedido de afastamento da petista, protocolado pelos advogados Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal. Minutos depois, foi a vez de a presidente da República reagir. Atacou duramente o peemedebista, pivô de um dos dias mais agitados de 2015.
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Já o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello classificou de “inimaginável” que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tenha deflagrado o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff após deputados do PT anunciarem que votariam pelo prosseguimento do processo de cassação do mandato do peemedebista. “Não se pode atuar dessa forma. A atuação deve ser independente”, afirmou o ministro.