Decisão do STF dá ao Senado o poder de barrar a ação contra a presidente Dilma
Ministros derrubam o rito proposto por Eduardo Cunha e anulam a eleição da comissão especial na Câmara. Dilma também não tem direito à defesa prévia no processo
Ministros reunidos em plenário: com a decisão tomada ontem, o processo contra Dilma volta praticamente à estaca zero
A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), obteve ontem a maior vitória até o momento na batalha contra o impeachment. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, pelo placar de 8 x 3, que o Senado, onde o governo apresenta uma base de sustentação política bem mais sólida, tem o poder de estancar o processo, mesmo que dois terços da Câmara autorizem o impedimento da petista. O presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), é hoje o principal aliado de Dilma na cruzada para se manter no cargo. Com a decisão de ontem, o processo volta praticamente à estaca zero e deve seguir o mesmo rito imposto, em 1992, no caso do então presidente da República, Fernando Collor de Melo. O STF determinou que a eleição articulada pela oposição, na semana passada, da chapa avulsa na comissão especial que vai analisar o impeachment na Câmara, não tem nenhuma validade.
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Contrariando o relator do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, o ministro Luís Roberto Barroso foi o grande responsável por abrir a divergência no plenário da Corte. Ele atacou as questões centrais da ação movida pelo PCdoB para anular a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que deflagrou o processo em 2 de dezembro. Em um voto bastante elogiado pelos seus pares, Barroso destruiu a argumentação apresentada por Fachin no dia anterior. Votou pela anulação do rito adotado até agora pela Câmara dos Deputados. Logo no início, defendeu que o trâmite adotado deve ser semelhante ao aplicado no julgamento de Fernando Collor de Melo, em 1992.