Foto: Daby Santos.
Segundo a Polícia Federal, que esteve na casa do ex-secretário Murad, ele teve intenção de destruir provas
Demorou 15 horas o depoimento do ex-secretário de Saúde do Maranhão, Ricardo Murad. Ele saiu por volta das 2h30 de ontem, mas ainda não se viu livre das acusações feitas pela Operação “Sermão aos Peixes”. Um novo pedido de prisão preventiva foi feito pela Polícia Federal ainda ontem.
Desde quando a PF planejou o cerco a
Ricardo Murad, foram feitos dois pedidos de prisão preventiva. Mas ambos foram negados, já que a Justiça entendeu que não era necessária, por não se tratar de “risco à sociedade”. O pedido da PF está baseado no fato do ex-secretário ser considerado o chefe da quadrilha que desviou, ao menos, R$ 1,2 bi em recursos federais da saúde pública, além do fato dele ser suspeito de ocultar provas – os agentes federais encontraram indícios de que Ricardo teve “intenção de destruir provas”.
De acordo com o delegado Alexandre Saraiva, uma equipe da PF encontrou, na casa de Murad, vestígios do que seriam documentos de interesse da investigação. Esses papéis estavam queimados de forma agrupada, como uma fogueira. Desta forma, Ricardo Murad passa a ser suspeito de destruição de provas.
Decisão do Ministério Público Federal
O Ministério Público Federal no Maranhão (MPF/MA) se manifesta favoravelmente ao pedido de prisão do ex-secretário de Saúde do estado do Maranhão, Ricardo Murad. Para o procurador que atua no caso, Ricardo praticou atos de destruição e ocultação de provas e não é absurdo concluir que assim continuará se comportando se permanecer em liberdade.
Sendo assim, o MPF concorda com o pedido da Polícia Federal e também quer que seja decretada a prisão preventiva do ex-secretário.
Ricardo Murad teria incinerado documentos no fundo do quintal de sua residência, levado documentos de sua casa para a casa de sua irmã, e ainda teria removido, do aparelho de circuito de TV de sua casa, o dispositivo onde são armazenadas as imagens registradas (HD), para impedir que a polícia captasse as cenas da retirada dos documentos e da incineração de papéis. Tudo isso teria ocorrido na véspera do cumprimento do mandado de busca e apreensão.
De acordo com a assessoria da Polícia Federal, mais uma prisão foi efetuada na manhã de ontem. Uma pessoa, não identificada, foi presa na cidade de São Paulo (SP). É uma norma dentro da instituição não revelar nomes quando as pessoas são detidas com investigações em andamento.