SEM RUMO

DEM procura se situar no novo cenário político do Maranhão

Durante muitos anos, o partido esteve sob o comando de Clóvis Fecury, ex-deputado federal e suplente do senador João Alberto (PMDB)

César Pires

Há vários meses, o DEM do Maranhão está em busca de respostas. Que rumo seguir, com quem contar, quem apoiar e, o principal, como voltar a ser um partido de expressão. Dúvidas criadas e ainda não respondidas nos encontros e reuniões entre as principais lideranças.

Isso se deve muito às disputas internas pelo poder do DEM. Durante muitos anos, o partido esteve sob o comando de Clóvis Fecury, ex-deputado federal e suplente do senador João Alberto (PMDB). Desde a troca de comando no governo do estado, a base ligada ao grupo Sarney perdeu força. Clóvis buscou de todas as formas manter o controle da sigla no Maranhão, tentando, inclusive, o apoio do presidente nacional, o senador Agripino Maia. Mas, a bem da verdade, com o tempo, Clóvis foi vendo o partido sumir das mãos dele como areia sendo apertada.
Durante quase todo este ano, duas correntes entraram em disputa pela sigla. De um lado, Clóvis Fecury. Do outro, o deputado federal Juscelino Filho. No final de tudo, o segundo conseguiu demonstrar maior poder. Não assumiu diretamente – por enquanto. Atualmente, o DEM maranhense é presidido pelo advogado Augusto Herbert Lima Serra, que é ligado ao deputado federal.
Com a mudança de comando, muda muitas outras coisas no partido. Entre elas, o posicionamento em relação às bancadas de governo e oposição. Ainda não há nada definido, mas é provável que o DEM mude de lado, tanto em relação ao governo estadual como municipal em São Luís.
Base aliada
No governo Roseana, os democratas eram da base aliada. Com a vitória de Flávio Dino, o natural seria o partido ir para a oposição, mas isso ainda não foi definido. O mesmo panorama está presente em relação ao governo Edivaldo Holanda Júnior. O DEM era oposição, mas, em tratativas do ex-presidente estadual e do ex-presidente municipal Ricardo Guterres, ficou acertado que o partido se tornaria aliado da gestão holandista. Mas a nova direção não pensa assim.
“Estivemos reunidos há poucos dias e não foi deliberado nada. O pacto que temos em algumas situações ventiladas é que ninguém está autorizado a falar em nome do diretório municipal de São Luís”, disse o deputado César Pires.
Um dos nomes novos no DEM é o vereador de São Luís Marquinhos. Eleito pelo PRB, Marquinhos saiu do partido em meados de março e, no último mês, ingressou nas correntes demistas. À época, ele falou sobre outras filiações que deveriam ocorrer. “Além de mim, alguns deputados e prefeitos do interior do estado estarão se filiando ao DEM, porque temos a proposta de fortalecer o partido, que é muito importante no Maranhão e no Brasil”, destacou Marquinhos.
Outra indefinição é quanto ao futuro nas eleições do ano que vem. Sem ter ainda arrumado a casa, a direção e as principais lideranças do DEM não têm como decidir como se comportar diante do pleito em 2016. O DEM, por ser um partido grande, é desejado por muitos pré-candidatos. Entre todas as quase certezas, a maior de todas é que o partido não terá candidatura própria em São Luís. “Dificilmente, o DEM irá lançar candidato. Quando eu digo dificilmente, essa hipótese não está descartada, porque também não estou autorizado a dizer que não tem. Tudo será definido em reunião do partido. Nós vamos anunciar posteriormente o nosso posicionamento político”, falou César Pires.
No campo nacional, quem vive e conhece a política sabe que o Democratas é oposição ao governo Dilma Rousseff. Tanto que já atuou nas duas frentes de fragilidade da aliança PT-PMDB, pedindo o impeachment da presidente e o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB). (JC)
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