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As mudanças partidárias começaram pouco tempo depois que os 31 vereadores tomaram posse dos seus cargos na Câmara de Vereadores de São Luís
Se ainda estivesse em vigor, a lei que limitava a troca de partido há um ano antes do pleito deixaria muitos de fora da corrida eleitoral em 2016. Mas o prazo foi mudado depois que a presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou o projeto de reforma política aprovado no Congresso Nacional. A nova legislação deu mais seis meses e retardou até o dia 2 de abril de 2016 o prazo para se associar a um novo partido.
Isso foi em 28 de setembro e deixou alguns políticos de mandato tão tranquilos, que eles se dão ao luxo de negociar a nova filiação com muito calma. Alguns até nem pensam nisso por enquanto. Até mesmo vereadores, os mais interessados no assunto.
Em São Luís, as mudanças partidárias começaram pouco tempo depois dos 31 vereadores tomarem posse nos cargos. A relação dos que optaram por migrar tem o atual presidente da Casa, o vereador Astro de Ogum, Rose Sales, Francisco Chaguinhas, Osmar Filho e Marquinhos. Outros, como Ricardo Diniz e Estevão Aragão, ainda esperam o momento certo para anunciar a nova agremiação.
Mudanças de partidos
Cinco vereadores já trocaram de partido – alguns mais de uma vez. As mudanças começaram pelo vereador Francisco Chaguinhas. Eleito pelo Partido Republicano Progressista (PRP), em meados de 2013, a convite do então vice-prefeito da capital, Roberto Rocha (hoje senador), ele ingressou no Partido Socialista Brasileiro (PSB). Dois anos depois, Chaguinhas já pensa em nova mudança – é o que se comenta nos bastidores da Câmara Municipal.
O vereador Osmar Filho foi outro que ingressou no PSB pouco tempo depois das eleições. Ele foi eleito pelo Partido Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), mas a sua proximidade com o prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) o fez trocar de partido. A mesma influência vinda do Palácio de La Ravardière levou Osmar a fazer nova troca. Ele acompanhou o prefeito (que era do Partido Trabalhista Cristão – PTC) e assinou ficha de filiação no Partido Democrático Trabalhista (PDT), que tem atualmente a maior bancada na Câmara (Pavão Filho, Ivaldo Rodrigues, Barbosa Lages e Osmar Filho).
Quem também já está no terceiro partido desde que foi eleita é Rose Sales. Ela conquistou a vaga no Legislativo ludovicense pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB), mas sua relação com as principais lideranças do partido esfriou – principalmente quando ela passou a fazer críticas duras ao prefeito de São Luís, aliado do governador e do presidente do PCdoB.
Em abril deste ano, Rose se filiou ao Partido Progressista (PP), dizendo que teria todo respaldo para se candidatar à prefeitura da capital. Não foi bem o que aconteceu e, alguns meses depois, ela se desfiliou. Ficou algumas semanas estudando possibilidades e fechou com o Partido Verde (PV), que não tinha um parlamentar sequer na Câmara de São Luís. “No Partido Verde, encontrei as possibilidades que eu queria, de ser ouvida e colocar meu nome como alternativa para as eleições majoritárias do ano que vem”.
As trocas também envolvem o presidente da Casa, vereador Astro de Ogum. Ele se elegeu pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN), mas decidiu migrar para o Partido da República (PR). A lista de migrantes é completada pelos vereadores Estevão Aragão (saiu do Partido Popular Socialista – PPS – para o Solidariedade – SD) e Marquinhos (trocou o Partido Republicano Brasileiro – PRB – pelo Democratas – DEM).
Sem pressa e sem partido
Até o momento, somente um vereador permanece sem partido. Ricardo Diniz deixou o Partido Humanista da Solidariedade (PHS) e ainda não fechou com nenhuma nova sigla. Segundo o parlamentar, com o novo prazo dado pela legislação, ele pretende se dedicar ao mandato e pensar com calma para onde quer ir. “Estou mais voltado para mandato. Só decidirei no último instante, porque hoje a lei nos prevalece de uma escolha com calma, pra formar um grupo que tenha base. Vou avaliar com cautela as propostas e aguardar o final do prazo”, disse.
Já Estevão Aragão pode mudar de partido pela segunda vez, pois ainda não saiu do Solidariedade. Segundo ele, há convites do PSB, do PTdoB e do PP, mas ele segue analisando todas as possibilidades. “Eu ainda não me desfiliei do Solidariedade, mas minha saída é certa. O partido não tem quadro para estimular a continuar na briga. Mas só sairei quando definir para onde irei.”
Quem pode mudar também é Josué Pinheiro, o vereador mais votado em 2012. Esta vantagem nas urnas daquele ano está sendo a pedra no sapato para uma mudança de sigla. Ele pertence ao PSDC, mas pretende migrar. Depende de qual partido pode aceitá-lo. Os outros vereadores temem perder a vaga para o recordista.
Último prazo da filiação
Quem ainda pensa em trocar de partido tem até o dia 2 de abril do ano que vem para fazê-lo e informar à Justiça Eleitoral. Depois disso, fica impossibilitado de pedir registro de candidatura nas eleições de outubro.