ARTICULAÇÃO

Possível sucessor de Cunha pode ser descartado por suspeitas de corrupção

Aliados e adversários de Cunha se movimentam para tentar substituí-lo. O vice, Waldir Maranhão, já foi descartado por suspeita de envolvimento na Lava-Jato

Waldir Maranhão

Com a situação de Eduardo Cunha cada vez mais fragilizada na Presidência da Câmara, outro investigado na Operação Lava-Jato está perto de assumir a cadeira – Waldir Maranhão (PP-MA). Ao menos por cinco sessões, prazo para que novas eleições aconteçam. 

Maranhão, que está no terceiro mandato, chegou à Vice-Presidência da Câmara no começo do ano com o apoio de Cunha. Além de herdar o principal posto da Casa, o pepista será o segundo na linha sucessória da Presidência da República e pode assumir o país na ausência de Dilma Rousseff e do vice Michel Temer.
Médico veterinário, Maranhão é um dos 32 parlamentares do Partido Progressista citados na Lava-Jato. Ele foi apontado na delação premiada do doleiro Alberto Youssef, condenado por lavagem de dinheiro, corrupção passiva, entre outros crimes. Segundo Youssef, Maranhão teria recebido propinas mensais entre R$ 30 mil e R$ 50 mil, por meio da empresa GFD Investimentos, como parte da “cota” da sigla no esquema de corrupção na Petrobras.
O parlamentar nega relações com o doleiro. Além da Lava-Jato, Maranhão responde no Supremo a três inquéritos por lavagem de dinheiro, corrupção passiva e formação de quadrilha. Outro problema que o parlamentar maranhense fora da disputa da presidência da Câmara é suas atrapalhadas. Segundo Ivan Valente (PSol-SP), ainda falta a ele experiência com o Regimento Interno da Câmara para conduzir as sessões em período tão conturbado. “Ele não consegue dirigir uma sessão: teve uma do Congresso Nacional em que ele se enrolou todo”, narrou.
Bastidores da sucessão
Para Valente e uma fonte ligada à Mesa Diretora, um nome com viabilidade deveria reunir duas características: ser do PMDB e ter bom trânsito entre os colegas. O PT tende a apoiar a escolha peemedebista, depois de ver o quanto foram amargas as derrotas por tentar se opor a Cunha na eleição passada. Mas identificar esse quadro na legenda de Michel Temer não é algo simples.
O líder dos peemedebistas na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), se desgastou com a base ao assumir uma posição extremamente governista, avaliam os colegas de dentro e de fora do partido. Ele também queimou a largad
ha) tem dito que continuará no cargo”, lembrou Picciani, na terça à tarde. “A bancada defende o contraditório e o princípio da ampla defesa.” O líder afirma que a substituição de Cunha não é discutida oficialmente, mas há apenas “conversas esparsas”.
Outra possibilidade seria Lelo Coimbra (ES). O parlamentar cresceu na bolsa de apostas dos colegas, mas despista ao tratar do tema. Jarbas Vasconcelos (PE) é bem quisto pela oposição, mas avalia-se não ter todo o apoio necessário, especialmente na base governista.
Fora do PMDB, as possibilidades giram em torno de Miro Teixeira (Rede-RJ). Por pertencer a um partido independente e ser o parlamentar mais experiente em atividade na Câmara, com 11 mandatos, ele poderia agradar governistas e oposicionistas, e ainda ter o respaldo do tempo de Casa.
Outra opção é Júlio Delgado (PSB-MG), que já disputou duas eleições e sempre consegue boas votações. Mas ele despista. “Não coloco nem retiro minha candidatura”, avisou. “Eu não quero falar disso, temos que pensar na imagem do parlamento. Agora quem assumiria é o vice Waldir Maranhão. Depois, a gente vê. Eleição é outro processo.” Ele admite ter recebido cerca de 20 ligações de colegas de vários partidos questionando-o sobre o tema, no fim de semana.
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