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A chapa do atual presidente, João Alberto, é única a disputar a eleição, já que a de Andrea Murad foi impugnada
Chegou o dia. Hoje, a partir das oito horas, os filiados ao PMDB vão às urnas decidir quem será o novo presidente do partido. Na verdade, vão confirmar, já que a chapa do atual presidente, o senador João Alberto, é a única inscrita no certame.
João Alberto disputa sozinho, já que a chapa ‘Renovar para Crescer’, encabeçada pela deputada estadual Andrea Murad e pelo deputado federal Hildo Rocha, foi impugnada por estar em desacordo com o que diz o estatuto, segundo o próprio diretório do PMDB estadual. Ricardo Murad contestou a decisão, fez denúncias de abuso e fraudes, mas nada disso adiantou. Ele e a filha sofreram uma dupla derrota na tarde de ontem. Quase que ao mesmo tempo, a Justiça e o Comando Nacional do partido deram aval para o pleito.
A primeira decisão veio da juíza auxiliar Janaína Araújo de Carvalho, que responde pela 9ª Vara Cível da capital. Ela indeferiu o pedido de adiamento das eleições, mantendo o processo a ser realizado hoje. “Não verifiquei a existência de norma expressa no Estatuto do PMDB versando acerca da necessidade de expedição de edital para a convocação da reunião do Diretório a fim de deliberar sobre o número dos futuros membros do Diretório, tal como aduzem os autores. Ante ao exposto, ausente o requisito da verossimilhança da alegação – Indefiro o pedido de tutela antecipada”, diz o despacho da juíza.
Logo depois, veio o veredicto do presidente nacional do PMDB, Michel Temer. Ele negou o pedido de intervenção no diretório estadual do Maranhão. A única ressalva de Temer foi que o atual presidente do partido no Maranhão explique a situação desde o início.
Reação da oposição
Os integrantes da chapa “Renovar para Crescer”, formada por Andrea Murad e Hildo Rocha, souberam da decisão e rapidamente lançaram nota sobre o posicionamento do diretório nacional e da Justiça.
No texto, é dito que a chapa atendeu “todas as formalidades que o Estatuto do PMDB estabelece para a formação de chapa para concorrer às eleições do diretório estadual”. Diz que não deixaram de justificar todos os motivos apresentados para indeferir a chapa e que, “por puro arbítrio e arrogância”, a atual direção ignorou as normas que cuidam do processo eleitoral. Para eles, as eleições são uma farsa e uma violência ao princípio democrático. “A suposta democracia interna do PMDB do Maranhão é uma mentira, pois não existe democracia quando no processo eleitoral uma chapa concorrente, neste caso a atual direção, é quem faz o julgamento se a chapa adversária deve concorrer ou não”, diz a nota.
Eles lamentam que o PMDB Nacional deixou para depois a decisão sobre as “irregularidades, ilegalidades e inconstitucionalidades perpetradas pelo PMDB do Maranhão” e que a Justiça não tenha aceitado o caso, sob a alegação de que o caso é “matéria interna do partido”.
“Por fim, a chapa ‘Renovar para Crescer’ tem plena convicção de que recebeu tratamento ilegal e inconstitucional, mas, notadamente, com repulsivo arbítrio e tirania. Por isso é que não arredará dessa luta até que o PMDB Nacional e o Poder Judiciário afirmem que de nada valem ‘regime democrático’, o ‘pluralismo’, a ‘democracia interna’, a ‘livre escolha dos dirigentes’, a ‘participação dos filiados na vida partidária, com a garantia do direito de formação de corrente de opinião’, a ‘tomada de decisões em processo democrático’, a ‘participação ativa dos filiados nas decisões’, o ‘direito de manifestação’ e o direito de ser votado e que não é grave a violação ao princípio democrático, da publicidade, da igualdade, ao direito de paridade de armas, ao pluralismo – todos estabelecidos na Constituição da República”, finaliza a nota.