ELEIÇÕES

Candidatos tentam driblar a crise para concorrer ao Executivo municipal em 2016

Crise muda rumo da campanha. A solução para driblar a crise será o principal desafio dos candidatos

Em 2016, quando o Palácio de La Ravardière estará em nova disputa eleitoral, São Luís completará 404 anos e vai eleger o seu 80º prefeito, além dos que ocuparam o cargo por mais de uma vez. Dentre esses, destacam-se Ivar Figueiredo Saldanha (três vezes por nomeação), e Jackson Lago, também três, mas por eleição direta. Mas também teve alguns com poucos dias, como Lia Varela, que ocupou o cargo, interinamente, por um mês.
Isso mostra que a administração municipal da capital maranhense, fundada e colonizada por europeus, ainda vive num processo político em amadurecimento. Não é por outra razão que, dos 35 partidos hoje registrados no Brasil, pelos menos dez estão prometendo lançar candidato à cadeira do atual prefeito, Edivaldo Júnior, que também vai concorrer ao segundo mandato, com conhecimento profundo sobre os efeitos da crise nacional sobre a receita do município.
No ano da eleição, o município de São Luís terá um orçamento de aproximadamente R$ 2,7 bilhões, do mesmo tamanho do deste ano que, em razão da crise, pode chegar a dezembro com déficit, segundo estimativa do secretário municipal de Planejamento, José Cursino Moreira. Ele disse que a prefeitura está adotando os mecanismos de contenção de gastos e otimização dos recursos para não chegar ao fim do ano em situação complicada.
Marchas sem resultado
Os prefeitos de mais de cinco mil municípios já fizeram marcha a Brasília em busca de socorro financeiro, mas nada de concreto chegou aos cofres das prefeituras, onde oito em cada 10 delas estão vivendo sufoco financeiro. Algumas até atrasando salários. No Maranhão, onde a totalidade das administrações municipais depende do Fundo de Participação, todos os prefeitos passaram a ser companheiros de agruras.
A crise que é mundial e chegou ao Brasil com força total, tornou tumultuado o ambiente político em Brasília, a ponto de derreter até as perspectivas de médio e longo prazos, que virão na esteira das eleições municipais de 2016. Pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) assegura que os municípios até hoje ainda não se recuperaram do “tombo” de 2009. Naquele ano, o índice de gestão fiscal caiu 13,7%.
O estranho é que, diante de tantos obstáculos previsíveis nas gestões municipais, não desestimulam os partidos a lançarem candidatos a torto e a direito às eleições que acontecerão daqui a um ano. Em São Luís, onde nenhuma discussão sobre a crise foi travada no âmbito político, pelo menos 10 pré-candidatos já mostram as garras, dizendo-se dispostos a concorrer à cadeira principal do Palácio de La Ravardière.
Legião de  pré-candidatos
O prefeito Edivaldo Júnior se antecipou aos fatos. Trocou o PTC pelo PDT já na expectativa de ganhar maior tempo de Televisão e rádio na campanha eleitoral da reeleição. Os demais interessados estão na busca de alianças, como a deputada Eliziane Gama, que também debandou do PPS pelo qual se elegeu em 2014, pela Rede Sustentabilidade. Virou até “estrela” do novo partido, ao lado da provável candidata presidencial em 2018, Marina Silva.
Os demais pré-postulantes à cadeira de Edivaldo Júnior são: a vereadora Rose Sales, que trocou o PCdoB pelo PP e depois pelo PV; Ricardo Murad, que vive às turras com o PMDB e deve procurar outro partido; os tucanos Neto Evangelista, ou o deputado federal João Castelo; o deputado Bira do Pindaré, que está no PSB, mas terá lá na frente (março) a “janela” de 30 dias se quiser trocar de partido; além de pelo menos três candidatos de partidos nanicos, sem chance real de vitória.
Vale destacar que as eleições municipais do Maranhão sempre foram movidas a convênios com o governo do estado, a financiamentos empresariais e a agiotagem. Todas essas fontes estarão prejudicadas em 2016. O estado também vive o drama da baixa arrecadação própria e dos repasses federais; os financiamentos empresariais foram proibidos pelo Supremo Tribunal Federal e o Senado; e a agiotagem tem seguidas operações da Polícia Civil para desarticular o esquema, com prisões, indiciamentos e outras formas de impedimento da prática.
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