SENADO

Tombini mantém compromisso de inflação na meta de 4,5% no fim de 2016

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse nesta terça-feira que a instituição mantém o objetivo de trazer a inflação para 4,5% ao fim de 2016. Para isso, segundo informou em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), será preciso manter a taxa básica de juros atual por um “período suficientemente prolongado”: — A […]

"A melhor maneira de proteger os salários é manter a meta de 4,5%", afirmou Tombini na CAE

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse nesta terça-feira que a instituição mantém o objetivo de trazer a inflação para 4,5% ao fim de 2016. Para isso, segundo informou em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), será preciso manter a taxa básica de juros atual por um “período suficientemente prolongado”:

— A melhor maneira de proteger os salários é manter a meta de 4,5% para 2016, que é o nosso compromisso. Níveis elevados de inflação desorganizam a economia e corroem o poder de compra dos trabalhadores. Além disso, a convergência da inflação para a meta melhora o ambiente macroeconômico — completou.
De acordo com Tombini, a inflação acumulada dos últimos 12 meses atingiu seu pico no atual trimestre e em 2016 não haverá mais influência sobre a inflação dos expressivos reajustes feitos neste ano nos chamados preços regulados, como energia elétrica e combustíveis.
— Só a energia subiu quase 50% em 2015, uma correção que teve efeito inflacionário, mas, por outro lado, reduziu incertezas no setor — afirmou o ministro, garantindo que o país continuará apostando no tripé formado por câmbio flutuante, disciplina fiscal e sistema de metas para a inflação para superar a crise.
O presidente do BC admitiu que a taxa de juros em vigor atualmente é elevada, mas disse que se trata de uma “taxa de passagem”, adotada para cumprir o ajuste macroeconômico e, portanto, não servindo de parâmetro para um horizonte de médio e longo prazos.
Críticas
A apresentação de Tombini provocou criticas da parte de alguns senadores. Para José Medeiros (PPS-MT), o mercado há muito tempo não acredita mais nas previsões do Banco Central, que sempre se mostra otimista demais, anunciando por exemplo projeções para a inflação muito abaixo da realidade.
O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) lembrou que Alexandre Tombini está há cinco anos à frente da instituição e fez parte da equipe econômica que “causou uma desorganização sem precedentes na economia e arrombou as contas públicas do país”.
O parlamentar acrescentou que até as eleições de outubro do ano passado a taxa de juros básica da economia foi mantida, mas passado o pleito, a “política monetária deu um cavalo de pau”.
Além disso, segundo Ferraço, os erros acumulados ao longo dos anos e a falta de ação e de convicção do governo agravaram os problemas do país.
— Nossos problemas são made in Brasil. Não são importados — comentou, após comparar a situação brasileira com a de outras nações emergentes, como Chile e Peru.
O senador José Serra (PSDB-SP) criticou o fato de o BC ter sido conivente com a política de contenção de preços adotada pelo governo antes das eleições do ano passado.
— É evidente que preços controlados, como energia e combustíveis, estavam sendo segurados de forma artificial e era uma situação insustentável a médio prazo. Mas o BC se ajustou a essa inflação reprimida e irrealista. De alguma forma o banco sancionou essa política de viés eleitoral — reclamou.
Defesa
Integrante da base aliada do governo, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) rebateu as críticas e afirmou que ainda existe no Brasil um debate político promovido por quem ainda não aceita a vitória nas urnas obtidas pela presidente Dilma Rousseff.
— É muito claro que a dificuldade que a gente vive não é só econômica. É também política, e ela cresce a cada dia e se reflete na economia — opinou.
Cartel
O diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, que também participou da audiência, informou aos senadores que há em curso uma investigação sobre práticas não competitivas no mercado de câmbio no exterior. Mas, segundo ele, são práticas que ocorreram fora do Brasil e que estão sendo apuradas principalmente por autoridades norte-americanas.
— Há indícios muito fortes de ação em conluio entre corretoras, operadores e bancos estrangeiros. Mas qualquer tentativa de manipulação da taxa de câmbio por parte deles aqui no Brasil é impossível, pois eles estão operando lá fora. Esses agentes sob investigação não têm como fazer um movimento para impactar nossa taxa de câmbio — garantiu.
VER COMENTÁRIOS
Polícia
Concursos e Emprego
Esportes
Entretenimento e Cultura
Saúde
Negócios
Mais Notícias