Repercutiram a nível nacional as polêmicas declarações do deputado estadual Fernando Furtado, filiado ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), em relação a indígenas e também direcionados a homossexuais. O discurso causou polêmica nos bastidores da política e constrangimento ao PCdoB, que resolveu se manifestar hoje sobre o caso, por meio de nota, condenando as palavras do parlamentar. Procurado pela reportagem, o comunista se pronunciou sobre o caso também por meio de nota.
“As declarações do deputado ofendem não apenas índios e homossexuais, como também a história e o programa do Partido Comunista do Brasil, sempre à frente das lutas pela garantia da igualdade e dos Direitos Humano”, afirma a nota. O caso aconteceu devido a áudios retribuídos ao parlamentar em um suposto discurso na cidade de São João do Caru, quando, no mês de julho participou de uma Audiência Pública com trabalhadores rurais.
Em retratação, o parlamentar confirmou o conteúdo dos áudios, mas que tudo o que foi dito foi “pelo calor do momento”. “Acabei falando o que não condiz com o meu pensamento e minha formação”, justificou. “Em nenhum momento tive a intenção de denegrir a imagem do povo indígena que muito contribuiu para a formação do povo brasileiro, em especial do Maranhão”.
Contudo, o caso ainda deve repercutir, não só na esfera partidária, mas também em órgão de proteção aos direitos humanos. Hoje o advogado Diogo Cabral declarou que a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Cáritas do Maranhão vão entrar com queixa-crime contra o deputado Fernando Furtado na Assembleia Legislativa por quebra de decoro parlamentar, e, no Ministério Público Federal (MPF), por incitação ao ódio e atentado à etnia.
“Foi uma conduta criminosa do deputado Fernando Furtado que destaca o ódio contra a etinia Awá-Guajá que tem sido exterminada. Esse discurso do ódio do parlamentar se alinha com a prática criminosa dentro de terras indígenas e reservas biológicas aqui no Maranhão”, disse.