INQUÉRITO

Deputados vão a Curitiba para tentar ouvir acusados de desvios na Petrobras

Entre eles o ex-ministro José Dirceu – que nada esclareceram às investigações. Custo da apuração realizada na Câmara é um mistério

Foto: Heuler Andrey/AFP.


Heuler Andrey/AFP

Abatido, Dirceu disse aos deputados que foi orientado pelo advogado a permanecer em silêncio

A CPI da Petrobras perdeu a viagem no primeiro dia da visita a Curitiba. Ontem, 11 deputados ficaram das 9h às 13h tomando depoimentos de cinco pessoas que não queriam falar, mas, no máximo, sorrir para os parlamentares. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, executivos da empreiteira Andrade Gutierrez, e o ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada e outros presos na Operação Lava-Jato nada explicaram aos parlamentares.

A Câmara não informou ao Correio quanto custou a viagem, nem a previsão de gastos. Também não esclareceu quanto custou a primeira missão a Curitiba, em maio, quando os deputados assistiram à doleira Nelma Kodama mostrar os bolsos traseiros de sua calça jeans para exibir onde escondia dinheiro lavado de esquemas de corrupção. Ontem, a Câmara só respondeu a um pedido do jornal — feito 30 dias antes — em que afirma que as despesas da CPI foram de apenas R$ 257 mil, embora os gastos com a investigação da Kroll sejam de mais de R$ 1 milhão e somente a acareação de delatores na semana passada tenha custado R$ 180 mil.
Até o momento, a CPI não avançou nas investigações da Lava-Jato feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. A não ser quando o quesito é investigar contas bancárias de delatores e alguns suspeitos. O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, critica a comissão e diz que seu objetivo é desacreditar os denunciantes que colocam políticos sob a mira da Justiça.
Ontem, integrantes da CPI defenderam a viagem a Curitiba. Um deles disse ao Correio que é mais barato mandar os parlamentares para o Paraná do que receber os presidiários em Brasília. Citou o exemplo de Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. A acareação deles custou R$ 180 mil, segundo disseram os parlamentares na ocasião. E a única novidade foi a informação dada pelo doleiro de que um novo delator esclareceria uma acusação de Paulo Roberto. Ele afirmou que o ex-ministro da Casa Civil Antônio Palocci pediu R$ 2 milhões para a campanha da presidente Dilma Rousseff de 2010.
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