Humberto Dantas dos Santos, de 41 anos, natural de Lagarto- Sergipe, filho do ex-prefeito de Lagarto, Zezé Rocha, ex-marido da prefeita de Bom Jardim que está foragida da justiça, Lidiane Leite, é mais conhecido como Beto Rocha. Ele foi preso pela Polícia Federal no dia 20 deste mês, após ser acusado de ter desviado verbas da educação do município de Bom Jardim.
Beto Rocha foi candidato à prefeitura da cidade de Bom Jardim, em 2012, pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN), mas teve a candidatura impugnada ao ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Prisão
A Polícia Federal realizou uma operação na cidade de Bom Jardim (MA), no dia 20 deste mês, para cumprir mandados de busca e apreensão e prisão de suspeitos por desvios de verbas de merenda escolar, de reforma de escolas, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Na ação, foram presos os ex-secretários de Assuntos Políticos, Humberto Dantas dos Santos, o Beto Rocha, ex-marido da prefeita Lidiane Leite e o de Agricultura, Antônio Gomes da Silva, o Antônio Cesarino, também presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Bom Jardim (STTR).
Rejeição a Beto Rocha
Neste ano, na data comemorativa dos 48 anos de Bom Jardim, em 14 de março. O “Prefeito” como é considerado pelos Bom-Jardinenses, Beto Rocha foi vaiado, durante discurso na Praça Governador José Sarney, no Centro da cidade, realizado no ato de abertura das comemorações aos 48 anos do Município.
O político falava a respeito das obras e avanços da sua gestão, quando foi alvo de uma sonora vaia de mais de um minuto.
Ao lado do Prefeito, estava o Deputado Federal Hildo Rocha, Secretário de Agricultura Cesarino (preso pela PF) e outros políticos.
Mesmo hostilizado, o “Prefeito” continuou no palco e fez um breve discurso e quase cometia uma gafe ao falar “A oposição vai tomar no (…) Não vai mais existir” Disse Beto em um momento de euforia.
Rede social
Em sua rede social Facebook, em abril de 2012, o ex-secretário de Assuntos Políticos de Bom Jardim, denuncia maus tratos da cidade deixados pelo ex-prefeito Roque Portela.
“Essa é a cidade que a anos vem sofrendo. Essas pessoas que fazem isso com agente não tem temor a Deus. Bom Jardim merece ter investimento e qualidade de vida, todos nos merecemos sermos respeito e não é oq tem acontecido em Bom Jardim, quero respeito, quero como vcs que meu direito seja feito valer, quero justiça”, disse Beto Rocha.
Conversa Gravada
O Imparcial teve acesso a uma gravação em posse da Polícia Federal feita por uma suposta agricultora cadastrada pela prefeitura Municipal de Bom Jardim, que revela a atuação da organização criminosa na cidade e a tentativa de atrapalhar as investigações.
Segundo informações da investigação, supostos produtores recebiam recursos federais em suas contas, e o dinheiro era sacado em agências bancárias e entregues a pessoas próximas à prefeita Lidiane Leite. Os envolvidos no esquema seriam Antônio Cesarino, ex-secretário de Agricultura e Beto Rocha, então secretário de Assuntos Políticos e companheiro da prefeita.
A conversa ocorre entre Antônio Cesarino, uma mulher identificada como Socorro, uma agricultora, e uma terceira pessoa, não identificada, supostamente o advogado de Cesarino.
Socorro é ex-diretora de uma escola de Bom Jardim e foi demitida após dar uma das primeiras declarações à Polícia Federal e colaborar nas apurações. No áudio, Antônio Cesarino reclama que ela deveria ter “conversado com a prefeita” antes de delatar o esquema aos federais.
Ao decorrer do diálogo, Antônio Cesarino tenta descobrir quem influenciou a ex-funcionária a ir até a Polícia Federal, e acredita que o presidente da Câmara Municipal, vereador Arão da Silva, esteja por trás da delação. Em um trecho da conversa, ele até afirma que os principais mediadores do esquema eram ele, a prefeita e Beto Rocha.
“Nós é que somos responsáveis. Não é o Arão, não é o Moisés. É eu, é o Beto, é a Lidiane (sic), que tem que esclarecer pra polícia, pro juiz, pra quem quer que seja, o que aconteceu. […] Eu lhe juro por Deus, eu não me preocupo com o que a senhora for lá dizer. Agora, sem a senhora ter conversado com a gente? O depoimento que a senhora prestou lá […] a senhora só falou, falou, falou, me acusando”, completou.
E completa: “A senhora tinha que ter dito a verdade: que o dinheiro todo foi para mão do Beto Rocha”.