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Presidente da Câmara Municipal de Bom Jardim, Arão Silva (PTC)
Em entrevista a O Imparcial, o presidente da Câmara Municipal de Bom Jardim, Arão Silva (PTC), esclareceu diversos fatos relacionados ao caso da prefeita do município Lidiane Leite, de 25 anos que está foragida há 6 dias. Ela é investigada por suspeita de desviar dinheiro público de convênios da educação.
Arão Silva falou sobre os desdobramentos da Câmara que está impedida de tomar qualquer atitude quanto à substituição da prefeita porque o artigo 67 da Lei Orgânica do município impede que o processo seja feito antes do prazo de 10 dias, até que a vice-prefeita Malrinete Gralhada (PMDB) possa ser empossada. “Ela [Lidiane Leite] só pode se afastar do cargo por 10 dias, depois disso, ela pode ser substituída”.
O vereador relata as dificuldades que os parlamentares enfrentam desde o início do mandato da prefeita Lidiane Leite e da falta de responsabilidade dela com o município. “Desde que ela assumiu, o poder lhe subiu a cabeça, e ela começou a fazer coisas absurdas. Eu acreditava que se a Câmara e os poderes trabalhassem em parceria, trabalhariam muito melhor, mas não foi o que aconteceu, a situação entre nós não ficou boa, depois das denúncias contra ela”.
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Ele conta que logo após as denúncias de desvios de verbas na Prefeitura do município, começou a investigar e perceber coisas erradas. As ameaças vieram logo em seguida. “Depois que comecei a apurar as denúncias, a prefeita fez ameaças a mim. Eu até registrei em uma ata notorial e encaminhei para Policia Federal, para o Ministério Público, para o juiz da Comarca e para a delegada da cidade. Com isso, a situação ficou insustentável e acabamos rompendo”.
Arão Silva revela que após o rompimento com a prefeita, aliou-se a oposição e começou a subsidiar a denúncia já feita à atual prefeita. “Eu juntamente com os parlamentares e a Polícia Federal, fomos à fundo no caso de desvio da merenda escolar, e fizemos um trabalho de parceria”.
O presidente do legislativo municipal diz que foi dele a iniciativa de denunciar o caso de desvio de dinheiro à mídia. “Nós entramos em contato com uma emissora, eu e a vereadora Sandra do Salomão, e tivemos total apoio e foi divulgado. Nós não achávamos que daria essa repercussão toda”.
Ele ressalta que começou a ser perseguido por Lidiane Leite, que tentou até cassar o seu mandato. “Quando rompemos, ela começou a me perseguir na Câmara Municipal. Ela entrou com um pedido de cassação do meu mandato de vereador, ela alegava em um artigo da Lei Orgânica que estabelece a apresentação mensal dos balancetes das despesas realizadas. Só que realizávamos o processo todos os meses rigorosamente e acabou não indo pra frente”, declara.
De acordo o presidente da Câmara Municipal de Bom Jardim, após o fim do relacionamento de Humberto Dantas dos Santos, conhecido como Beto Rocha, com a prefeita Lidiane Leite, ele começou a ajudar nas investigações. “Na verdade o Beto, eu não estou querendo defender ninguém, mas após a separação com a prefeita, ele também foi muito perseguido por ela, que acabou colaborando nas investigações”.
O parlamentar ainda revela que está tomando certo cuidado e que pessoas suspeitas andam à sua procura. Ele fala que teme por sua vida.
Sobre o clima na cidade, o presidente da Câmara Municipal de Bom Jardim conta que a população tem muito medo de se pronunciar com medo de retaliações. “O clima na cidade está muito tenso. A situação é delicada e as pessoas têm medo de perseguição por conta de pessoas ligadas à prefeita, por isso preferem não se pronunciar”, revela.
