O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), defendeu nesta quinta-feira, 13, , em entrevista exclusiva ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) admita o recurso e leve adiante o pedido dos tucanos para impugnar o mandato da presidente Dilma Rousseff. Após dois votos a favor do prosseguimento da ação e um pelo arquivamento do caso, a Corte suspendeu o julgamento nesta quinta.
Aécio disse esperar que a maioria da Corte decida favoravelmente ao aprofundamento das investigações. Segundo o tucano, num ambiente democrático, caberá ao governo se defender e aí sim realizar o julgamento do mérito da ação. Ele considerou que não é “adequado” o TSE privar os brasileiros dessa apuração.
“Há um sentimento na Corte que se faça a investigação, ela pode absolver ou condenar a campanha de Dilma. Não cabe a nós antecipar qualquer resultado do julgamento, o que nós esperamos e confiamos é que os juízes do TSE e do TCU (Tribunal de Contas da União) ajam com a isenção que a função determina e temos a confiança que isso pode ocorrer”, afirmou.
Em fevereiro, a ministra Maria Thereza de Assis Moura negou, de forma monocrática, que a ação prosseguisse no Tribunal. Para a magistrada, a ação do PSDB se baseava em “ilações” e acusações “genéricas”, decisão essa que foi alvo de recurso do partido ao plenário do TSE.
O tucano destacou que todas as ações movidas pelo partido na Corte tem o mesmo objetivo, apurar os indícios de irregularidades no processo eleitoral. E que o PSDB não faz prejulgamentos, mas defende apenas que as investigações sejam realizadas em sua plenitude e livre de “interferências externas”.
TCU
Aécio rebateu o que considera de “interpretação” de que a oposição apostaria numa eventual decisão do TSE, que poderia, em última análise, levar à cassação de Dilma e do vice dela Temer com a consequente novas eleições. O tucano poderia ser candidato novamente. Segundo ele, não importa o desfecho, inclusive com a permanência de Dilma, mas não se pode ter qualquer constrangimento das instituições.
“Não cabe ao PSDB escolher cenários ou ter preferências”, disse. “O PSDB não torce para o desfecho A, B ou C”, completou.
Questionado sobre se houve um acordo do governo com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), influente no TCU, para adiar o julgamento das contas de Dilma de 2014, o presidente do PSDB afirmou que não tem “nenhum elemento” que corrobore esse tipo de “análise”. Mas frisou que a oposição continuará absolutamente vigilante para que não haja a obstrução do isento e correto trabalho da Corte de Contas. “Não posso fazer um prejulgamento que houve um acordo”, disse ele, ao ponderar que não acredita que os ministros se sujeitariam a tal acerto.
Embora ainda não tenha decidido se vai participar das manifestações de domingo, 16, o tucano afirmou que é favorável aos atos. Mas destacou que não as considera como um “fato decisivo” para um eventual afastamento de Dilma. “Será o conjunto da obra”, destacou. Ele disse que, do “ponto de vista pessoal”, tem vontade de ir.