A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira mandados de busca e apreensão relacionados a políticos investigados na Operação Lava-Jato determinados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Um deles em endereços do ex-presidente da República e senador Fernando Collor (PTB-AL). Os policiais ainda fizeram buscas em endereços de mais três parlamentares: os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra (PSB-PE) e o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE). A Operação Politéia cumpre 53 mandados de busca e apreensão expedidos de seis processos abertos a partir do caso. A ação acontece em conjunto com a Procuradoria Geral da República (PGR). A assessoria de Collor disse que não foi informada oficialmente das ações e, por enquanto, não comenta o caso.
Segundo a PF, Os mandados, que foram expedidos pelos ministros Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (12), na Bahia (11), Pernambuco (8), Alagoas (7), Santa Catarina (5), Rio de Janeiro (5) e São Paulo (5). Cerca de 250 policiais federais participam da ação.
As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos. Foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa. As medidas decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas investigações que tramitam no Supremo. Elas têm como objetivo principal evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados.
Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação, organização criminosa, entre outros. O nome da nova operação, Politéia, em grego, faz referência ao livro “A República” de Platão, que faz referência a uma cidade perfeita, onde a ética prevalece sobre a corrupção, diz a PF.
“Resguardar provas”
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendeu as buscas da Polícia Federal em endereços de políticos investigados na Operação Lava Jato realizadas na manhã desta terça-feira, 14. Em nota, Janot afirmou que as medidas “são necessárias ao esclarecimento dos fatos investigados no âmbito do STF”. “Sendo que algumas se destinaram a garantir a apreensão de bens adquiridos com possível prática criminosa e outras a resguardar provas relevantes que poderiam ser destruídas caso não fossem apreendidas”, explicou o procurador-geral.
A Polícia Federal, em conjunto com a PGR, realiza nesta manhã 53 mandados de busca e apreensão em sete Estados. De acordo com a Procuradoria, esta é a primeira fase da Operação Lava Jato no âmbito do STF, que foi batizada de Politeia. “Adsumus (aqui estamos)”, afirmou Janot em nota, ao considerar que as medidas refletem atuação “firme” do Ministério Público Federal.