Debatedores pedem esforços para impulso de produção leiteira

Participantes de audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) destacaram, nesta sexta-feira (10), a importância de produtores, indústria e governo trabalharem conjuntamente no incentivo da produção de leite no Rio Grande do Sul e em todo o Brasil. A audiência, que tratou das perspectivas para o futuro dessa produção, foi realizada no […]

Participantes de audiência pública da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) destacaram, nesta sexta-feira (10), a importância de produtores, indústria e governo trabalharem conjuntamente no incentivo da produção de leite no Rio Grande do Sul e em todo o Brasil. A audiência, que tratou das perspectivas para o futuro dessa produção, foi realizada no município de Ijuí (RS).
Sanção da medida que prevê a isenção do PIS/Pasep e da Cofins sobre o óleo diesel; campanha para aumento do consumo interno e da exportação; financiamento com juros compatíveis e subsídios para que produtores melhorem sua infraestrutura; e agilidade na legislação que trata da lei das falências foram algumas medidas apontadas pelos participantes como importantes para evolução da cadeia produtiva do leite.
Conforme afirmaram, a Lei das Falências acoberta empresários que pedem falência ou recuperação judicial, enquanto produtores que entregaram o leite deixam de ser pagos.
– Achamos importantíssimo que vossa excelência [Ana Amélia], em conjunto com os demais senadores e o governo federal, possam revisar e adequar à legislação da falência das empresas para que produtores não continuem penalizados e sejam restituídos dos recursos que têm direito pela entrega do leite – apelou o prefeito de Ijuí, Fioravante Ballin.
O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado do Rio Grande do Sul (FETAG-RS), Carlos Joel da Silva, ainda destacou a importância de as empresas darem condições dos produtores aumentarem sua produtividade e da produção ser feita de forma integrada, com produtores e indústria trabalhando em conjunto.
– Precisamos também que indústrias que têm isenção fiscal se responsabilizem de manterem os empregos dos funcionários. Não concordamos com empresas que cortam produtores porque produzem pouco. Que seja cortado o incentivo de empresas que usarem essa artimanha – acrescentou Carlos.
Consumo interno
O vice-presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios, Guilherme Portella, ressaltou que o Brasil tem 1,8 milhões de pessoas vinculadas diretamente na atividade leiteira. Segundo ele, o Brasil já é o quarto maior produtor mundial de leite, mas ainda precisa melhorar o seu consumo interno, que não acompanha a velocidade da produção.
– A produção cresce mais do que o consumo interno. Precisamos aumentar esse consumo ou aumentar as exportações – ressaltou.
O Secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Caio Rocha, afirmou que o Ministério da Agricultura vem trabalhando para que haja o aumento das exportações e competitividade do produto e na melhoria de políticas públicas para aumentarem a produção e a renda do produtor.
Pesquisa
O apoio à pesquisa e inovação foi outro ponto destacado pelos participantes como fundamental para o impulso do mercado do leite. O prefeito de Ijuí, Fioravante, destacou a necessidade de ser implantando um laboratório de produtos lácteos na região para impulsionar novas tecnologias.
O chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, Paulo do Carmo Martins, afirmou que, no que se refere à pesquisa no setor, a Embrapa tem uma rede de unidades bem instaladas dispostas a trabalhar com universidades e órgãos de pesquisa. Paulo ressaltou que a empresa, que já tem duas unidades no Rio Grande do Sul trabalhando intensamente com o leite, terá sua presença reforçada no estado.
O reitor da Unijuí, Martinho Luís Kelm, também ressaltou corpos de pesquisa da Universidade focados no leite. Para ele, além de elevar a produção, é preciso trabalhar com a geração de conhecimentos e novos produtos que possam complexificar a cadeia do leite.
– A universidade tem um primeiro papel de trabalhar na formação, mas tem o compromisso também de agir diretamente na sociedade em sua contribuição de pesquisa e extensão – disse.
A audiência foi solicitada pela senadora Ana Amélia (PP-RS) que acredita que esse tipo de debate colabora para o fortalecimento do setor.
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