MAIORIDADE PENAL

Sopapos e gás de pimenta interrompem votação

Sessão foi interrompida pelo tumulto, eram uma torcida que não representa a sociedade

R.I.

Está interrompida a reunião da Comissão Especial que analisa a PEC 171/1993, que reduz de 18 para 16 anos a maioridade penal. Estudantes da UNE e da UBES impediram a continuidade dos trabalhos com palavras de ordem e cartazes. Houve confronto com homens do Departamento de Polícia Legislativa (DEPOL) da Câmara. Várias pessoas, inclusive jornalistas, passaram mal após um policial legislativo utilizar gás de pimenta para tentar conter os manifestantes. A reunião foi suspensa por dez minutos e transferida para outro plenário do corredor das comissões.

A confusão começou depois que o deputado Vitor Valim (PMDB-CE) disse que os estudantes eram “uma plateia” que não representava a opinião da maioria da sociedade. Os estudantes começaram a puxar palavras de ordem depois que o deputado André Moura (PSC-SE), que presidia a sessão, determinou que o plenário fosse esvaziado. “Sem hipocrisia, a polícia mata jovem todo dia” e “Fora Cunha!” foram algumas das palavras de ordem usadas. Vários deputados se exaltaram. Alguns chegaram a trocar sopapos.
Mais cedo, parlamentares contrários à redução da maioridade penal tentam, na tarde desta quarta (10), impedir a leitura do relator da matéria na Comissão Especial, deputado Laerte Bessa (PR-DF). Glauber Braga (PDT-RJ), Alessandro Molon (PT-RJ), Erika Kokay (PT-DF) e Darcísio Perondi (PMDB-RS), entre outros, apresentam requerimentos para atrasar a leitura do relatório. Neste momento, o plenário se prepara para votar um “requerimento de votação nominal” apresentado por Kokay para um outro requerimento, de inversão de pauta. Há instantes, houve um bate-boca entre Glauber Braga e Delegado Valdir (PSDB-GO). O relatório de Bessa sequer começou a ser lido.
Segundo Bessa, o pedido de vistas já é esperado. “O nosso objetivo número um hoje é a leitura do relatório. Vamos ler e vamos debater também. E a votação pode ficar para a semana que vem, para o dia 17”, disse ele. Neste momento, parlamentares como Alessandro Molon (PT-RJ) e Darcísio Perondi (PMDB-RS) pressionam para que a leitura do relatório seja adiada.
Mais cedo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, garantiu que a proposta será votada no dia 30 de junho. “O que vai sair da comissão não é problema meu. O que sair eu levo à votação. E mesmo na votação poderá ter sempre modificação”, disse o presidente da Câmara, disse. Ele admitiu a possibilidade de votar propostas alternativas, como o aumento da punição para o menor infrator, mas disse que a prioridade será o texto apresentado por Bessa. “Primeiro, nós vamos votar a PEC. Então, essa história que vai buscar um consenso em cima de lei ordinária, ela pode existir no conteúdo da lei ordinária, mas não vai mudar a ideia de votar a PEC”, acrescentou.
 
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