GASTOS

Despesas do governo federal aumentaram 36% no primeiro semestre do ano

Governo federal impõe cortes de gastos e de investimentos e aumenta impostos, mas não aplica o ajuste em suas próprias despesas

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Em época de tesourada no Orçamento, aumento de impostos e corte de investimentos públicos, o Palácio do Planalto não dá o exemplo quando o assunto é reduzir os próprios gastos. Levantamento no Portal da Transparência e no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) sobre os gastos da Presidência da República nos primeiros quatro meses de 2015 mostra que o governo não seguiu sua própria determinação de apertar o cinto. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a Presidência aumentou os gastos em 36% — percentual quase quatro vezes e meia acima da inflação acumulada até abril, de 8,17%. Outros órgãos pesquisados, como a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal de Contas da União (TCU), também custam mais aos cofres públicos em 2015.

Segundo os dados do governo federal, o Planalto gastou, entre janeiro e abril de 2014, R$ 1,6 bilhão com as despesas da administração geral e órgãos e secretarias vinculadas à Presidência. No mesmo período deste ano, os valores chegaram a R$ 2,2 bilhões. A despesa com material gráfico passou de R$ 7,2 milhões no início do ano passado para R$ 31,3 milhões agora — aumento de 334,72%.

Segundo o Portal da Transparência, a Secretaria de Administração da Presidência da República gastou, até o início de maio, R$ 165,8 milhões, sendo a maior parte — R$ 35,1 milhões — destinada a despesas com pessoal e encargos especiais. Logo em seguida estão os gastos com vencimentos e vantagens fixas, em que são contabilizados salários e gratificações para servidores permanentes e de cargos de confiança, com um custo de R$ 24,8 milhões. Para as despesas com passagens aéreas e locomoção de servidores ligados à Presidência, foram desembolsados R$ 8,6 milhões.

Alguns gastos curiosos da Presidência neste início de ano foram divulgados pela ONG Contas Abertas, também com levantamentos feitos no Siafi, como a compra de um afiador de facas elétrico por R$ 9,3 mil e de 10 baldes térmicos de gelo para a cozinha do Palácio do Planalto, no valor total de R$ 9,1 mil. Cada balde com capacidade para 2,5 litros saiu a R$ 914,50.

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