EDITORIAL

Precisa-se de políticos

No confronto entre Executivo e Legislativo, o vice-presidente Michel Temer declarou que o país precisa, “neste momento histórico, de políticos à altura dos desafios que hão de ser enfrentados”. A necessidade remonta a período imemorial da história brasileira. Fosse diferente, a nação não estaria oprimida pela adversidade econômica nem acumularia tantas desigualdades sociais. Mas o […]

No confronto entre Executivo e Legislativo, o vice-presidente Michel Temer declarou que o país precisa, “neste momento histórico, de políticos à altura dos desafios que hão de ser enfrentados”. A necessidade remonta a período imemorial da história brasileira. Fosse diferente, a nação não estaria oprimida pela adversidade econômica nem acumularia tantas desigualdades sociais.
Mas o Brasil não conta com políticos atuantes, comprometidos e capazes de alertar para inadiáveis correções de rumo. Com estadistas preocupados com a próxima geração, não com a próxima eleição, evitar-se-ia a caminhada rumo ao despenhadeiro como a levada avante nos últimos anos. Os embates políticos, quase sempre rasteiros, não contribuem para os tão necessários avanços da sociedade.
A disputa pelo poder é irracional. O Executivo, desacreditado, não encontra no Legislativo o apoio necessário para ultrapassar obstáculos. Os parlamentares reviram as gavetas e delas sacam projetos que em nada contribuem para melhorar a vida do trabalhador. Ao contrário. Aprovam medidas que elevam o nível de insatisfação e de insegurança dos cidadãos e desagregam os setores produtivos. Assim, aprofundam a crise e diminuem a esperança de dias menos nebulosos.
Procuram-se políticos à altura dos desafios, que não são poucos. A reforma política tem que sair dos discursos em tempo de crise e ser construída pela sociedade e pelos partidos. O sistema atual está ultrapassado e cheio de vícios, incapaz de dar as respostas esperadas pelos eleitores. O país precisa de políticas públicas que eliminem as iniquidades sociais e econômicas.
O Judiciário demanda mudanças que o tornem mais ágil e releguem ao passado a sensação de que a lei se aplica somente aos desvalidos. Sem isso, a máxima constitucional de que todos são iguais perante a lei será eterna utopia. A máquina do Executivo, inflada por subserviência a interesses corporativos, deve ser eficiente na oferta dos serviços demandados pelos cidadãos e transparente na aplicação do dinheiro público.
A consecução dessas e de outras mudanças inadiáveis tem nome e endereço. Depende de políticos capazes de pôr o bem comum acima das ambições pessoais e dos interesses particulares. Desconhece-se outra receita apta a levar o país a vencer os problemas que o empurram para o atraso e se fortaleça para o enfrentamento dos desafios presentes e futuros.
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