Bloco de parlamentares começa a se movimentar para confrontar Cunha

Deputados de pelo menos seis partidos se mobilizam para tentar reverter o rumo dos trabalhos na Câmara

Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados
O ritmo acelerado das votações, as cobranças de presença em plenário e as pautas sem definições prévias — características que descrevem a maneira de trabalhar do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) — vêm incomodando deputados na Câmara. Assistindo a colegas que tiveram salários cortados por ausência em sessões e que desconhecem a íntegra das matérias que estão em discussão no plenário, um grupo começa a se movimentar para confrontar Cunha com o andamento das atividades na Casa.
Deputados de pelo menos seis partidos se mobilizam para tentar reverter o rumo dos trabalhos na Casa. A tropa de choque — que, por enquanto, conta com uma dezena de parlamentares — quer convencer o presidente também a alterar o rito conservador das pautas que são colocadas em apreciação. Composto por integrantes como os deputados Júlio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar (PSol-RJ), o grupo afirma que nunca se encontrou para discutir uma eventual mobilização, mas admite compartilhar da insatisfação.
“Ninguém quer fugir do trabalho, mas há um descontentamento com o ritmo que Eduardo Cunha impôs. Tem matérias polêmicas que acabam atropeladas por um trator ligado, que vem rompendo e engolindo tudo”, avaliou Alencar, líder do PSol. Ele compartilha o desejo de que as pautas polêmicas sejam discutidas de uma forma mais tranquila, sem a pressão de serem votadas para que o plenário consiga cumprir uma espécie de meta, ou para, simplesmente, bater recorde no número de projetos apreciados.
Líder do PSD na Câmara, o deputado federal Rogério Rosso (DF) também pondera que é necessário ter “um pouco mais de cautela” em algumas matérias analisadas em plenário. “Em meu primeiro mandato pleno, tenho satisfação de poder participar de um bom ritmo de trabalho, ainda mais por ser de Brasília e acompanhar um Congresso que, historicamente, produz pouco. Porém, alguns projetos exigem cautela na aprovação”, disse.
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