VERSÕES

Famílias de vítimas do incêndio negam que estejam recebendo assistência

Parentes de duas jovens mortas na tragédia foram ao Ministério Público cobrar urgência na apuração do caso.

Shopping Rio Anil, em São Luís. (Foto: Divulgação)

O Ministério Público do Maranhão (MPMA) e as famílias das vítimas do incêndio ocorrido no cinema do Shopping Rio Anil, no último dia 7, se reuniram na manhã da última quarta-feira (15). Durante o encontro, os familiares negaram que estejam recebendo assistência da empresa, como foi informado em nota divulgada pela Cinesystem.

Participaram da reunião representantes da Defensoria Pública do Estado e da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop). Não foi registrada a presença de qualquer representante das empresas envolvidas na tragédia. 

As famílias das vítimas cobraram do Ministério Público urgência na apuração dos laudos periciais para que haja responsabilização dos culpados pelo incêndio.

Sem assistência

Reunião entre familiares das vítimas do incêndio e o Ministério Público do Maranhão. (Foto: MPMA)

Os familiares de Evellyn Gusmão Gomes Silva, de 16 anos, que foi a primeira vítima fatal identificada, afirmaram que o shopping se comprometeu a prestar atendimento psicológico. Porém o profissional nunca os procurou e não houve mais contatos por parte da rede comercial.

Breno Campos, irmão da outra vítima fatal, Yasmin Gomes Campos, de 21 anos, também afirmou que nenhuma assistência das empresas foi dada e que os custos do enterro da vítima foram custeados pela família.

Atualmente, o Núcleo Psicossocial da Defensoria Pública do Maranhão e o Centro de Atendimento às Vítimas (Ceavi) da Sedihpop, mantém contato e prestam atendimento psicossocial aos familiares.

Na última quarta-feira (15), a rede de cinemas Cinesystem declarou, por meio de nota, que não foi informada sobre o dia ou a hora exatos em que os trabalhos de manutenção no telhado seriam realizados no Rio Anil Shopping em São Luís. 

“Não havia nenhuma orientação sobre riscos”, diz rede de cinemas do shopping Rio Anil

Cobrança por justiça

O procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, propôs a realização de um novo encontro, no qual estejam presentes as famílias, as empresas e as demais instituições, incluindo a Polícia Civil.

Nicolau também informou às famílias que a instituição já recebeu os laudos do Corpo de Bombeiros, que estão sendo analisados pela Assessoria Técnica do MPMA.

“Nós não vamos descansar enquanto não tivermos esse caso resolvido e da forma mais rápida possível”, afirmou.

O caso está sendo conduzido por uma comissão de investigação formada por três delegados da Polícia Civil. O promotor de justiça Orfileno Bezerra Neto explicou que as perícias foram concluídas, mas há um prazo legal de 10 dias para a finalização dos laudos.

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