MARANHÃO

Ano de 2023 começa com muitos casos de violência contra mulher

Em menos de dois meses já foram registrados sete casos de feminicídio.

Casa da Mulher Brasileira em São Luís. (Foto: Alan Azevedo/O Imparcial)

O ano de 2023 mal começou e já foram registrados sete casos de feminicídios no estado do Maranhão, de acordo com o Departamento de Feminicídio. A maioria dos crimes foi cometido por ex-companheiros dessas mulheres que não aceitaram o rompimento das relações.

O mais recente caso, que está sendo investigado pela Polícia Civil, ocorreu na cidade de Buriti, no leste do estado, e teve Tainara Botelho, de 24 anos, como vítima.

Francisca Tainara Chagas Botelho estava separada há dois anos, e o seu ex companheiro, identificado como Budika, é o suspeito do crime. No último sábado, dia 25 de fevereiro, Tainara estava em um bar com amigos, quando, segundo testemunhas, Budika apareceu e atirou contra ela, que morreu no local.

Eles estavam separados há dois anos e têm um filho de 6 anos. De acordo com parentes, ele vivia inconformado com a separação.

O suspeito foi encontrado na manhã de domingo (26), em um matagal próximo da própria residência. Após ser preso, foi levado para uma unidade prisional.

Esperantinópolis

Outro caso aconteceu em Esperantinópolis. O acusado, ex-companheiro da vítima também foi preso. Cleber Clementino de Sousa é acusado de assassinar Elanias da Silva Ferreira, no dia 27 de janeiro, na Rua Inês Carneiro, Bairro São Sebastião, em Esperantinópolis.

Sula, como a vítima era conhecida, chegou a sair de sua casa na zona rural pra fugir do ex-marido e passou a morar na cidade. Segundo as investigações, ela tinha medo ex-marido e contava já ter sido ameaçada diversas vezes pelo indivíduo, que não aceitava o fim do casamento.

O acusado invadiu a residência onde ela morava com o filho pequeno e a matou com vários golpes de faca no abdômen.

Outras formas de violência

Esses são só alguns dos casos que culminaram com a morte de mulheres, mas outras formas de violência contra a mulher são recorrentes, e a polícia está atuando.

No dia 16 de fevereiro, a Polícia Civil do Maranhão deu cumprimento ao mandado de prisão preventiva contra um homem de 27 anos, investigado pelo crime de descumprimento de medida protetiva de urgência, contra sua ex-companheira, em São Luís.

A prisão do suspeito foi executa pela Delegacia Especial da Mulher (DEM) da capital.

Segundo a delegada Kazumi Tanaka, a vítima comunicou a Polícia que estava sob proteção de uma medita protetiva de urgência, desde dezembro do ano passado, o suspeito com intuito de buscar uma reconciliação, foi até a residência da sua ex- companheira e passou a agredi-la fisicamente e verbalmente, utilizando uma faca.

No dia 19 de fevereiro, a Polícia Civil do Maranhão, realizou a prisão em flagrante de um homem, pelos crimes de ameaça, lesão corporal grave, posse irregular de munições de uso permitido e resistência, na cidade de Buriticupu.

Segundo o plantão especial de Carnaval da 23° da Delegacia Regional de Buriticupu, a companheira do preso, compareceu na sede policial noticiando ter sido agredida e ameaçada instantes antes por seu companheiro.

Homem usou Pix para ameaçar a ex-namorada

No último dia 24, a Polícia Civil do Maranhão, deu cumprimento a um mandado de prisão preventiva e de busca domiciliar contra um homem, de 26 anos, pelos crimes de divulgação de cena de sexo, ameaça e perseguição contra sua ex-namorada. As investigações do caso estão sendo coordenadas pela Delegacia Especial do Maiobão, em Paço do Lumiar, Região Metropolitana de São Luís.

Segundo a delegada Bruna Matos, o homem foi preso suspeito de fazer centenas de Pix para a ex-namorada com ameaças, bem como por divulgar vídeos íntimos dela. Ainda segundo a delegada, desde que a vítima terminou o relacionamento e bloqueou o contato do investigado, este começou a enviar centenas de transferências bancárias de centavos com conteúdo ameaçador, mesmo com a aplicação da Medida Protetiva de afastamento em seu desfavor.

Uma outra ex-namorada do suspeito, procurou a delegacia noticiando que, por também não se conformar com o término do relacionamento, o investigado teria enviado fotos íntimas dela ao seu atual companheiro.

E mais recentemente, em Imperatriz, no último dia 28 de fevereiro, a Patrulha Maria da Penha prendeu um homem suspeito de torturar e manter em cárcere privado a companheira. O crime só foi descoberto porque a vítima, de 42 anos, conseguiu fugir e buscar atendimento.

Ao dar entrada em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com hematomas pelo corpo e marcas de queimadura, os profissionais que fizeram os primeiros atendimentos suspeitaram de que se tratava de um caso de violência doméstica e comunicaram a assistente social da unidade de saúde.

A vítima relatou à polícia que há quase um mês era mantida em cárcere privado pelo marido, e há seis dias era torturada sob ameaças de morte. Em 2021 foram registrados 71 casos de feminicídio e em 2022, 64.

Projeto ajuda a empoderar

Muitas mulheres que são vítimas de violência doméstica, não buscam apoio na rede de proteção à mulher. Muitas delas nem buscam as medidas protetivas de urgência, que são mecanismos que salvam vidas.

A advogada, especialista em Direito das Mulheres e presidente do Instituto Empoderar-se, Kelly Karen Serra, coordena o Instituto Empoderar-se, que tem como objetivo, fortalecer e empoderar mulheres vítimas de violência, para que elas consigam quebrar esse ciclo de violência. Em 3 anos já passaram por lá cerca de mil mulheres, atendidas seja com aulas de defesa pessoal, com cursos de capacitação, com rodas de conversa ou com assistência social.

Diante da violência contra a mulher, a advogada recomenda a busca pela rede de atendimento à mulher. “A primeira coisa que a mulher pode fazer para se proteger é buscar a rede de proteção e apoio para mulheres vítimas de violência, buscar a Delegacia da Mulher e informar a família sobre o que está acontecendo. A maioria das mulheres que sofreram feminicídio não tinham uma medida protetiva ou sequer um boletim de ocorrência, temos uma lei e uma polícia preparada para agir nesses casos, como exemplo a Patrulha Maria da Penha”, disse a advogada. Para ser atendida pelo projeto basta entrar em contato pelo @empoderarse.instituto.

Ocorrências no estado

DataVítimaMunicípio
12/01/2023Francisca Letícia Lima MotaSão Luís Gonzaga
20/01/2023Lusiane Bezerra LopesItapecuru Mirim
27/01/2023Elanias da Silva FerreiraEsperantinópolis
12/02/2023Adriana da Silva VieiraPresidente Dutra
12/02/2023Maria do Nascimento OliveiraLima Campos
12/02/2023Edileusa Araújo LopesGovernador Nunes Freire
25/02/2023Francisca Tainara Chagas BotelhoBuriti
Fonte: Departamento de Feminicídio do Maranhão.

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