VIOLÊNCIA

No Maranhão, três indígenas Guajajara são mortos em uma semana

O relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, do Cimi, registrou 50 assassinatos de indígenas do povo Guajajara no Maranhão, entre 2003 e 2021.

O caso de janildo, além dos outros dois, evidencia a violência sofrida pela etnia Guajajara. (Foto: Reprodução)

No dia 5 de setembro, Os Guardiões da Floresta da Terra Indígena Arariboia – Maranhão emitiram uma nota, denunciando a continuidade da violência contra suas vidas e contra o seu território.

A nota foi divulgada após o assassinato do guardião Janildo Oliveira Guajajara (foto abaixo), em uma emboscada. 

“Janildo Oliveira Guajajara atuava como guardião desde 2018, na região do Barreiro – Terra Indígena Arariboia. Desde então, ele e outros guardiões da região sofrem ameaças constantes e cada vez mais as ameaças se intensificam”, diz um trecho da nota.

Em mais uma escalada da violência, na madrugada do último domingo (11), o indígena Antônio Cafeteiro Sousa Silva Guajajara foi assassinado com seis tiros, na estrada do povoado Jibóia, em Arame-MA. O indígena morava na aldeia Lagoa Vermelho, em Arariboia.

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI_MA), somente neste mês de setembro foram três mortes violentas de indígenas Guajajara. 

Ao todo, seis guardiões da floresta foram assassinados. “Os três casos evidenciam a escalada da violência que os indígenas no estado já vinham denunciando. Entre 2003 e 2021, a plataforma Caci, que sistematiza os casos registrados pelo relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil, do Cimi, registrou 50 assassinatos de indígenas do povo Guajajara no Maranhão; destes, 21 eram indígenas da TI Arariboia”, informou o CIMI.

Guardiões da Floresta monitoram Território Indígena

(Foto: Reprodução)

O grupo de Guardiões da Floresta, criado para realizar monitoramento territorial e coibir as ações ilegais no interior da tribo, existe desde 2007. Desde então, seis guardiões já foram assassinados, em represália contra as ações em defesa do território. 

“O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Maranhão, como aliado, se solidariza mais uma vez com as famílias enlutadas e exige justiça para esses assassinatos. Reforçamos a necessidade de mais segurança nos territórios indígenas e mais ações do poder público que venham coibir o derramamento de sangue nas comunidades indígenas, destaca o regional”, lamentou o órgão.

Violência e morte

No último dia 3, Janildo Oliveira Guajajara foi assassinado com tiros nas costas, em Amarante do Maranhão. No mesmo dia, Israel Carlos Miranda Guajajara foi atropelado de morto, no município de Arame.

Os dois casos foram registrados na madrugada do dia 3, um sábado. Janildo Oliveira Guajajara, que já foi Guardião da Floresta, foi assassinado com tiros nas costas, em Amarante do Maranhão. Já no município de Arame, Israel Carlos Miranda Guajajara, de 34 anos, morreu após ser atropelado. Os casos estão sendo investigados pela Polícia Civil.

Israel Guajajara morreu atropelado no dia 3/9. (Foto: Reprodução)

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A Associação Ka’a Iwar diz que não vai deixar de fazer a proteção territorial, mesmo sendo ameaçados e mortos. “Somos contrários a violência que mata e destrói, por isso lutamos pela vida. Nosso povo clama por justiça e exigimos a devida investigação desse e de outros assassinatos contra o povo Tentehar e queremos resposta da justiça de mais esse crime bárbaro. Seguiremos fortalecidos na nossa luta pela coletividade, pelo nosso território, pelo nosso povo Tentehar e pelo povo Awá Guajá”.

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