VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Três ocorrências de feminicídio no Maranhão em 20 dias

Mais recente caso, e que está sendo investigado pela Polícia Civil, ocorreu em São José de Ribamar e suspeito é o ex-companheiro da vítima.

Depois do ocorrido, o ex-namorado ainda fez ameaças à vítima e seus familiares, usando seu perfil nas redes sociais. (Foto: Reprodução)

Era na Rua da Alegria, bairro São Benedito, em São José de Ribamar, que morava Margareth Ribeiro da Cunha, de 45 anos. Mas foi lá, dentro de sua residência, que ela foi morta a facadas no pescoço, na noite do dia 21 (domingo).

A suspeita é de que o crime tenha sido cometido pelo companheiro da vítima.

A vítima foi encontrada na cama. O suspeito, identificado como Sócrates Souza estava no local com lesões no abdômen e pescoço. A suspeita é que ele tenha atentado contra a própria vida após o crime.

As informações são de que ele foi levado em estado grave ao hospital de São José de Ribamar.  A polícia civil está investigando o caso.

No Maranhão já foram registrados 35 casos de feminicidio este ano.  O ocorrido em São José de Ribamar foi o terceiro em menos de 20 dias. No último dia 14, Maria Nilde de Jesus, de 49 anos foi morta em Açailândia.

O caso está sendo investigado também, mas de acordo com a polícia civil, um dos suspeitos é o companheiro da vítima.

No dia 8, também deste mês de agosto, Cleidiane da Silva, de 31 anos, foi assassinada a golpes de faca no povoado Itaguará, em Timon. O principal suspeito do crime é o próprio companheiro da vítima, que se apresentou à polícia de Matões no dia 10, mas foi liberado em seguida, pois segundo o delegado, não havia ordem de prisão para ele. Mas um pedido de prisão ao Poder Judiciário já foi solicitado.

No ano passado, 56 mulheres foram vítimas do crime de feminicídio. Neste mês de agosto, várias atividades de órgãos que compõem a rede de enfrentamento à violência contra a mulher estão sendo potencializadas, visto ser este um mês importante para conscientizar sobre a violência contra a mulher.

Na semana que passou, por exemplo. O Ministério Público do Maranhão realizou ações da campanha Agosto Lilás nas cidades de Coelho Neto, Codó e Bacabal.

De acordo com a instituição, o combate à violência de gênero é uma das prioridades da administração do procurador-geral de justiça, Eduardo Nicolau, que criou, no ano passado, o Centro de Apoio Operacional de Enfrentamento à Violência (CAO-Mulher).

Também foi encerrada neste domingo, a 1ª Semana de  Combate ao Feminicídio da Região Tocantina. “O Agosto Lilás é um mês que a gente intensifica as ações de prevenção e combate à violência contra a mulher. Temos várias ações e políticas descentralizadas para levar acesso e informação às mulheres. Até o final do mês devemos inaugurar a Casa da Mulher Brasileira em Caxias. Todo mundo tem um papel a cumprir no combate à violência contra a mulher”, disse a diretora da Casa da Mulher Brasileira, Susan Lucena.

A Casa da Mulher Brasileira é um dos equipamentos que tem o trabalho de amparar a mulher em vítima de violência. Em 2021, foram registrados 56.405 atendimentos. Já em 2022, até junho, 27.408 atendimentos foram registrados.

O Agosto Lilás é uma referência à Lei Maria da Penha (nº 11.340/2006), que este ano completou 16 anos. Criada como mecanismo para combater, coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, atos de violência física, patrimonial, sexual e moral, a Lei, desde que foi implementada, já salvou várias vidas. E desde que foi sancionada, muita coisa mudou no combate e enfrentamento à violência contra a mulher.

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