3 ANOS DEPOIS

Réu confesso de Alanna vai a júri popular amanhã

Robert Serejo vai a julgamento na terça-feira, 10, três anos após ter confessado o assassinato de Alanna Ludmilla com requintes de crueldade

Reprodução

No dia 1º de novembro a trágica morte de Alanna Ludmilla, na época com 10 anos, completou 3 anos. E amanhã, terça-feira, 10, o assassino confesso, Robert Serejo Oliveira, vai a júri popular pelos crimes de feminicídio, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver. Um crime que ainda hoje causa comoção e revolta.

O desaparecimento de Alanna se deu no dia 1º de novembro do ano passado, após a mãe, Jaciane Borges Pereira, ter ido a uma entrevista de emprego. Ao retornar, quatro horas mais tarde, a menina já não estava mais em casa. Dois dias depois (dia 3), Alanna foi encontrada amarrada e morta, enterrada em cova rasa no quintal da casa onde morava com a mãe, encoberta por telhas e entulhos.

Robert Serejo Oliveira, na época com 32 anos, ex-companheiro de Jaciane, era o principal suspeito. Prestou depoimento, mas depois fugiu. No dia seguinte (4) foi encontrado em uma barreira policial, na Estiva (zona rural de São Luís). Na delegacia, Robert confessou ter estuprado, matado e enterrado a criança no quintal da casa dela. Ele já estava com a prisão preventiva decretada antes de ser capturado.

Robert foi preso e enviado para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, denunciado por feminicídio, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver. Em agosto do mesmo ano, o caso dele foi pronunciado a júri popular por decisão do juiz Roberto de Paula (da 3ª Vara de Paço do Lumiar).

O assassino de Alanna não possuía nenhuma passagem pela polícia. De acordo com informações divulgadas pela polícia na época do crime, Jaciane Pereira havia se separado há cerca de dois meses, mas ainda possuía vínculos com Robert, com quem tem outro filho.

No dia do crime, a mãe deixou a criança, irmão de Alanna, na casa dos avós paternos e foi para a entrevista de emprego.

Foi assim, de acordo com a polícia, que o assassino soube que a menina estaria sozinha em casa. Em seu depoimento Robert disse, sem expressar arrependimento ou comoção, que foi à casa da vítima com intenção de matá-la, sem contar com auxílio de terceiros para execução do plano.

O caso teve repercussão em todo o estado e no Brasil. Antes de Robert confessar o crime, a própria mãe e o irmão dela, tio de Alanna, foram acusados de envolvimento no caso. Populares queriam promover linchamento e a família não conseguiu participar da despedida a Alanna.

“ Ela não era só uma filha, era uma companheira”

Jaciane Borges, mãe de Alanna e de Ryan Caleb, de 7 anos, passou a trabalhar na mesma escola em  que a filha estudou, no Maiobão, o que amenizava a saudade dela, em poder ver e estar com crianças que haviam convivido com Alanna.

“Era para ela estar ali também, mas sinto o aconchego das outras crianças, sinto a inocência. É difícil. A gente chora… Cada dia é uma superação. Ela não era só uma filha, era uma companheira”, disse.

A forma trágica da morte de Alanna é o que mais dói, segundo Jaciane. “O que ela sofreu, e eu não estava lá para ajudar. Me lembro disso todo dia, nunca vai ser preenchido esse vazio. Enquanto esse monstro não for julgado, ainda não houve justiça. A ansiedade é de ver ele julgado e preso”, pediu.

Capa histórica

Um dia após Alanna ter sido encontrada e as fotos do corpo espalhadas na Internet, o Jornal O Imparcial fez uma capa com uma abordagem ímpar, respeitosa e solidária aos familiares e à população maranhense, que ficou comovida e indignada com a morte cruel, covarde e brutal de Alanna. Ao invés de estampar uma chamada apelativa, a edição preferiu manifestar pesar pelo ocorrido.

A capa repercutiu nacionalmente por demonstrar a consternação pela morte da criança e o respeito por uma garota indefesa, vítima da maldade do mundo.

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