OPERAÇÃO FALSA ESPERANÇA

Secretário investigado por fraude em compra de EPIs que estava foragido se entrega à PF

De acordo com informações da PF, os quatro mandados de prisão foram cumpridos ontem

Sede da Polícia Federal em São Luís. Foto: Reprodução

Na tarde da última quinta-feira (5), o secretário de administração da cidade de Santa Rita, investigado na Operação Falsa Esperança que estava foragido, se entregou à sede da Polícia Federal (PF) em São Luís.

De acordo com informações da PF, os quatro mandados de prisão foram cumpridos ontem. Além do secretário de administração de Santa Rita, os dois secretários municipais de saúde de Miranda do Norte e Bacabeira e o dono da empresa suspeita de participar da venda dos produtos também foram presos.

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Os envolvidos são suspeitos de integrarem uma associação criminosa que fraudava licitações e desviava recursos públicos federais no Maranhão. As ordens judiciais foram cumpridas em seis cidades do Maranhão: São Luís, São José do Ribamar, Paço do Lumiar, Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte.

Durante coletiva realizada na manhã desta quinta (5), na sede da PF em São Luís, a superintendente da PF no Maranhão, Cassandra Parazzi, afirmou que as investigações da Operação Falsa Esperança, apontam indícios de um superfaturamento de até 400% na compra de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs) nos municípios.

“Durante as investigações a gente demonstrou que a empresa vendeu uma série de produtos que não tinha no lastro de compra dela. Ou seja, há um indício de que essa venda não chegou a ser concretizada, que o produto não tenha sido entregue, o que causou um prejuízo muito grave”, informou.

Ainda de acordo com a PF, os desvios para a aquisição de 4 respiradores para os três municípios podem ter chegado a R$ 310 mil reais. As três prefeituras compraram os aparelhos da mesma empresa, que fica localizada no município de Paço do Lumiar.

Informações da PF apontam ainda que a prefeitura de Miranda do Norte fez a aquisição de dois aparelhos que custaram R$ 130 mil, mas nunca foram entregues.

Operação Falsa Esperança. Foto: Divulgação

Investigação

De acordo com a PF, foram verificados indícios de superfaturamento de equipamentos de proteção individuais (EPI’s) e de simulação na compra de respiradores pulmonares. As prefeituras de Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte pagaram pelos respiradores, mas os equipamentos nunca foram entregues.

Todas as aquisições foram realizadas por uma única empresa, sediada na cidade de Paço do Lumiar, que nunca havia atuado no ramo médico hospitalar. A investigação revelou ainda, que a empresa não tinha nenhum empregado e atuava com a comercialização de acessórios para ar-condicionados e de energia solar.

Segundo a Polícia Pederal, a empresa tinha um total de 69 atividades secundárias, que variavam desde a confecção de vestuário, segurança privada e até produção musical.

A operação

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (5), a operação “Falsa Esperança”, que desarticulou associação criminosa que fraudava licitações e desviava recursos públicos federais no Maranhão. A verba seria usada no enfrentamento do novo coronavírus (Covid-19) nos municípios de Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte.

Cerca de 50 policiais federais cumpriram quatro mandados de prisão temporária e 13 de busca e apreensão. Além disso, os bens e contas dos suspeitos foram bloqueados. Os investigados responderão pelos crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude em processo licitatório, superfaturamento na venda de bens e associação criminosa.

A Operação foi denominada de “Falsa Esperança”, em referência a expectativa criada na população dos municípios de Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte de que as gestões municipais teriam adquirido de forma lícita equipamentos contra a covid-19, e que, ao fim, nunca chegaram a ser efetivamente entregues.

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