Maranhenses contam como têm vivido no Ceará sob ataques de facções criminosas
Em contato com famílias do Maranhão que tem parentes no Ceará, indagamos sobre como está o clima e a rotina no estado, especialmente em Fortaleza e região
O clima de insegurança no estado do Ceará é perceptível. Segundo a Agência Brasil, a onda de ataques continuou neste final de semana e já afetou a rotina dos moradores. Há cinco dias, uma série de episódios violentos são registrados em Fortaleza e se estendem para várias cidades cearenses. Em contato com famílias do Maranhão que tem parentes no Ceará, indagamos sobre como está o clima e a rotina no estado nordestino.
O maranhense Frederico Félix tem família residindo no Ceará há mais de 20 anos. O maranhense tem contato diário com a família por meio de um grupo de WhatsApp. Segundo Félix, a família que reside no Ceará está mais atenta durante o dia e sempre tentando chegar em casa mais cedo. “Eles também estão evitando sair com os filhos durante a noite”, revelou Frederico.
Os noticiários preocupam a maranhense Thacylla Silva. “É algo preocupante, não só porque tenho uma prima que mora lá (em Fortaleza-CE), mas também me preocupo com a população”, disse à reportagem de O Imparcial. Thacylla também teme que a violência atinja outros estados, a exemplo do Maranhão.
Bruna Oliveira de Sousa, prima de Thacylla, tem 37 anos e há 10 anos mora em Fortaleza. Segundo a maranhense radicada no Ceará, a rotina de Fortaleza alterou por conta da onda de ataques que aconteceu nos últimos dias. “Foi esvaziado o Centro Shopping, que é o comércio da população de roupas e calçados em geral. No comércio no Centro a maioria das lojas resolveu fechar esse final de semana, por questão mínima de segurança”, segundo Bruna, a população vive o clima de insegurança.
Porém, para outras pessoas a rotina não mudou muito. É o caso de uma maranhense que não quis se identificar. De férias em Fortaleza, ela disse que a onda de ataques não alterou na programação de férias. De acordo com ela, no local onde está hospedada o clima é de aparente tranquilidade. “Só andamos em lugares onde sabemos que não tem grandes riscos”, garantiu pedindo privacidade.
O que acontece no Ceará
Os eventos aconteceram desde que o novo governo estadual anunciou, por meio da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, que haveria “endurecimento” na atuação do governo nos 12 presídios estaduais no Ceará.
No balanço mais recente da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Ceará, 86 suspeitos de envolvimento com a onda de ataques foram presos na capital e em mais 23 municípios. Já foram contabilizadas mais de 80 ocorrências, como incêndio de veículos, ataques a prédios públicos, entre outras ações de dano ao patrimônio.
Por determinação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, cerca de 300 homens das Força Nacional de Segurança já estão fazendo o policiamento ostensivo nas ruas de Fortaleza, em apoio aos agentes de segurança do estado.