ASSALTO EM BACABAL

Família busca informações do caminhoneiro desaparecido

Durante o assalto milionário em Bacabal, no dia 25 de novembro, um caminhoneiro pernambucano mandou mensagem de áudio para sua esposa dizendo que estava sendo feito refém

Obadias Pereira da Silva, de 44 anos, desapareceu durante o assalto milionário em Bacabal (Foto: Arquivo pessoal)

Durante o assalto milionário em Bacabal, no dia 25 de novembro, o caminhoneiro pernambucano Obadias Pereira da Silva, de 44 anos, mandou uma mensagem de áudio para sua esposa dizendo que estava sendo feito refém.

“Eliúde, neste momento eu tô aqui como refém, aqui na estrada. Tão explodindo banco e eu tô na BR aqui. Oia os tiro. Só Deus aqui, visse? É tanto tiro e eu tô aqui como refém. Aqui na cidade do Maranhão em Bacabal. Tá me dando uma tontura aqui, visse? Nunca passei por isso não”, disse o motorista. Desde então, ele sumiu.

Segundo a polícia, o caminhão de Obadias foi utilizado para transportar o dinheiro roubado e depois queimado no meio do mato. Após perícia, foi constatado que nenhum corpo estava no veículo ou próximo a ele. Assim, acredita-se que ele esteja vivo.

Sua família então começou uma saga por informações em diversas frentes. “Estamos buscando pelas redes sociais, TV, rádio, polícia, já ligamos para os hospitais”, explica Lene Monte, sobrinha e vizinha do tio em Recife.

A viagem de Obadias começou no dia 14 de novembro, na capital pernambucana, e o destino final era a cidade de Santa Inês, 100 km depois de Bacabal. “Meu tio é um bom marido, pai. Ele e caminhoneiro, viajava muito pra fazer entregas. Uma pessoa muito presente, principalmente com a esposa e filhos”.

A polícia trabalhar principalmente com duas linhas de investigação. A primeira é que ele ainda está sendo feito refém. A segunda, que ele pode ter se envolvido com os criminosos.

“Qualquer informação é válida, por que estamos desesperados, os dias estão difíceis. Cada dia que passa é um tormento”, completa Lene.

POR MILHÕES DE REAIS

Na madrugada do dia 25 novembro os “novos cangaceiros” colocaram em marcha um assalto cinematográfico, comandados pelo criminoso José Francisco Lumes, do Zé de Lessa, foragido no Paraguai.

O roubo deixou um rastro de destruição em Bacabal. A delegacia regional e o quartel da PM foram metralhados e sete veículos, incendiados. A agência do Banco do Brasil ficou completamente destruída pelas explosões. Especula-se que a quadrilha tenha levado algo em torno de R$ 100 milhões.

No total, 30 homens teriam participado do roubo. Na noite do crime três bandidos foram mortos, incluindo Edielson Francisco Lumes, irmão de Zeze Di Lessa, além de um morador de Bacabal, identificado como Cleonir Araújo.

Na quarta-feira, 5 de dezembro, a polícia interceptou na cidade de Santa Luzia do Parauá um caminhão com 13 membros do bando portando um surpreendente arsenal de guerra, incluindo artilharia anti-aérea, duas metralhadoras ponto 50, dez fuzis calibre 556, coletes a prova de bala e um fuzil AK 47.

No embate de Santa Luzia três suspeitos foram mortos na troca de tiros com a polícia, incluindo Adeilson Lumes, que liderou o bando no Maranhão e também é irmão do chefão da quadrilha. R$ 45 milhões foram recuperados.

A Secretaria de Segurança Pública do estado do Maranhão suspeita que exista uma extensa rede de pessoas que forneceram informações estratégicas e facilitaram o deslocamento dos criminosos. Na noite do crime, aliás, um policial militar do Piauí, um bombeiro, um delegado e um investigador da Polícia Civil do Maranhão, além de dois advogados, foram presos sob suspeita de ligação com o crime.

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