O papa Francisco autorizou, nesta segunda-feira (14), a promulgação do decreto que reconhece o martírio do padre Nazareno Lanciotti, abrindo caminho para sua beatificação. O sacerdote missionário italiano viveu por décadas no Brasil, onde dedicou sua vida aos mais pobres e às comunidades mais isoladas.

Nascido em 3 de março de 1940, em Roma, Nazareno foi ordenado padre em 1966. Após alguns anos de ministério na Itália, partiu para o Brasil em 1971, através da Operação Mato Grosso — um projeto de ação missionária e social. Fixou-se na aldeia de Jauru, na fronteira com a Bolívia, onde exerceu um extenso trabalho pastoral.

Por 30 anos, o padre Lanciotti atuou na Paróquia Nossa Senhora do Pilar, que abrangia 57 comunidades eclesiais rurais. Além do trabalho espiritual, ele liderou iniciativas sociais: fundou uma escola, um seminário e uma casa de repouso para idosos chamada Coração Imaculado de Maria.

Em 1987, ingressou no Movimento Sacerdotal Mariano, tornando-se posteriormente o diretor nacional da entidade no Brasil. Reconhecido por seu compromisso com os pobres, ele se posicionava firmemente contra a injustiça e a opressão, enfrentando inclusive esquemas de prostituição e tráfico de drogas na região onde vivia.

Esse engajamento o levou a ser vítima de um atentado. No dia 11 de fevereiro de 2001, enquanto jantava com colaboradores, dois criminosos invadiram sua casa e o feriram gravemente. Padre Nazareno faleceu 11 dias depois, em 22 de fevereiro de 2001, aos 61 anos.

O reconhecimento do martírio por parte do Vaticano é um passo decisivo para a beatificação, que representa o reconhecimento oficial da santidade do padre Nazareno, especialmente por ter dado a vida em defesa do Evangelho e dos mais vulneráveis.

Fonte: Correio Braziliense