Madeira sinaliza apoio a Camarão ao governo
Secretário-chefe da Casa Civil, indicou um possível apoio ao vice-governador Felipe Camarão como o nome do grupo governista para disputar a sucessão de Brandão

(Foto: Divulgação)
Durante entrevista concedida ao programa Palpite, da rádio online de O Imparcial, o secretário-chefe da Casa Civil, Sebastião Madeira, revelou uma possível inclinação de apoio político ao vice-governador Felipe Camarão (PT) como nome do grupo governista à sucessão de Carlos Brandão (PSDB) em 2026. A declaração, feita em tom de análise estratégica, ganha relevância no tabuleiro político maranhense, sobretudo pelo papel de Madeira como um dos principais articuladores do atual governo.
Tucano histórico com quase 40 anos de filiação ao PSDB e ex-prefeito de Imperatriz por dois mandatos, Madeira ocupa a Casa Civil desde abril de 2022, sendo peça-chave na engrenagem política que sustenta o governo Brandão. Seu apoio — ainda que não oficializado — a Felipe Camarão, nome que vem despontando nas últimas pesquisas de intenção de voto, dá uma nova dimensão à corrida pelo governo estadual.
O bastidor da conversa com Felipe Camarão
Madeira relatou com detalhes a conversa que teve com o vice-governador sobre a sucessão em 2026. “Felipe, só uma pessoa do planeta Terra pode te dar chance de ser candidato, é o Brandão. O Papa não pode. Trump não pode, o Lula não pode, nem o Bolsonaro e nem o Flávio Dino. Só o Brandão, porque o mandato é dele. E ele que vai tomar a decisão de sair ou ficar [no governo]”, afirmou, sinalizando que o projeto Camarão depende da decisão do atual governador em disputar uma vaga ao Senado e abrir espaço no Executivo.
Segundo ele, o próprio Camarão demonstrou lealdade ao governador e estratégia ao afirmar: “Madeira, se eu tiver a chance de ser governador, obviamente eu serei candidato. Como é que eu vou perseguir quem pode me ajudar?”. Para Madeira, esse posicionamento foi decisivo. “Foi bem aí que ele me convenceu. Eu acredito que o Felipe não é nem concorrente. Quem é o concorrente do Brandão que está lutando para ser governador? Eu estou muito otimista”, declarou, em tom de adesão à possível candidatura do petista.
Lealdade, experiência e autonomia política
As declarações de Madeira coincidem com a divulgação da última pesquisa do Instituto Quaest, que apontou uma virada no cenário eleitoral do Maranhão. Embora Eduardo Braide (PSD) ainda apareça na liderança, seu desempenho começou a dar sinais de enfraquecimento, ao passo que Felipe Camarão apresentou um crescimento expressivo, ultrapassando o ex-prefeito Lahésio Bonfim (Novo) e consolidando-se como principal nome de oposição ao prefeito da capital e, potencialmente, o favorito do campo governista.

Esse novo cenário coloca pressão sobre as decisões de Brandão. Caso o governador opte por disputar o Senado, a eventual renúncia abre caminho para que Camarão assuma o cargo de governador ainda antes da eleição, o que lhe conferiria maior visibilidade e estrutura administrativa para consolidar sua candidatura.
Durante a entrevista, Madeira reforçou que sua atuação no governo não se resume à subordinação política. “Há uma relação de amizade e respeito. O Brandão sabe que eu não puxo saco. Eu tenho uma opinião diferente. Quando necessário digo: ‘Governador, o senhor está tomando essa decisão. Será que não seria melhor assim?’”, disse. “Tanto que, quando ele tem uma missão para conversar com alguém, ele diz: ‘Vamos mandar o Madeira’. Primeiro porque ele tem coragem de falar o que quer.”
A fala reforça o papel estratégico de Madeira como interlocutor respeitado e com autonomia dentro do governo. Ele ainda mencionou seu histórico de vitórias e derrotas eleitorais, tratando-as como parte essencial de sua trajetória política.
“Já fui candidato onze vezes. Ganhei seis, perdi cinco. Às vezes a derrota ensina mais do que a vitória. O importante é que derrota nunca me abateu. E você também não pode ficar deslumbrado com a vitória”, refletiu.
Fusão PSDB-Podemos e o futuro partidário
Além da discussão sobre 2026, Madeira abordou o futuro do PSDB, partido ao qual é filiado desde 1989. Ele confirmou que há negociações avançadas para a fusão entre PSDB e Podemos, prevista para o próximo mês de maio, e que poderá avaliar se permanece na nova legenda. “Pelo noticiário e pelos contatos que eu tenho da executiva nacional da qual faço parte, o partido talvez faça uma fusão com o Podemos. Vou analisar se continuo nessa ninhagem ou procuro outro ninho”, ponderou.
Caso a fusão se confirme, o novo partido — provisoriamente nomeado PSDB-Podemos — contará com uma bancada de 27 deputados federais. A expectativa é formar ainda uma federação com o Solidariedade, elevando o total para 32 parlamentares e consolidando-se como um partido de médio porte no Congresso Nacional.
A nova legenda deve manter a marca conjunta até as eleições de 2026, quando será escolhido um nome definitivo. As opções mais cotadas são “Independentes” e “Moderados”, o que sinaliza uma tentativa de reposicionamento ideológico no centro político.
Entrevista na integra com Sebastião Madeira
A entrevista de Sebastião Madeira, que trouxe à tona discussões centrais sobre o futuro político do Maranhão e os bastidores da sucessão estadual, está disponível na íntegra no canal do YouTube de O Imparcial, além das redes sociais e do site oficial do jornal: www.oimparcial.com.br.
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