Seminário “Educação e Terra” debaterá desafios e avanços na educação quilombola em São Luís
O evento, marcado para 18 de março de 2025, reunirá jovens estudantes, educadores, pesquisadores e ativistas.

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Em busca de uma educação mais inclusiva e sensível às especificidades culturais das comunidades quilombolas, o Auditório do Centro de Ensino à Pessoa com Surdez Professora Maria da Glória Costa Arcangeli – CAS, em São Luís, será palco do seminário “Educação e Terra: Juventude Quilombola e Educação Escolar”. O evento, marcado para 18 de março de 2025, reunirá jovens estudantes, educadores, pesquisadores e ativistas para discutir os desafios e avanços na educação escolar voltada à juventude quilombola.
Organizado pela Ação Educativa, por meio dos projetos SETA e Território de Saberes, em parceria com a Secretaria Estadual de Educação/SUPMODE, o seminário também marcará o lançamento do material “Indicadores da Qualidade na Educação: Relações Raciais na Escola – Juventude e Educação Escolar Quilombola”. Essa iniciativa visa fortalecer a educação quilombola através da construção de indicadores específicos que promovam um sistema educacional mais equitativo e culturalmente sensível.
Karoline Kass, especialista em educação do SETA, destacou a importância do evento:
“Além da relevância de discutirmos com os estudantes e educadores sobre a implementação da Lei 10.639/2003, é fundamental estarmos presentes no Maranhão para dialogar com os profissionais que constroem a educação escolar quilombola no estado.”
A Lei 10.639/2003, que obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira nas escolas, está em vigor há mais de 20 anos, entretanto ainda enfrenta muitos desafios em sua aplicação nas redes de ensino do Brasil. Esse será um dos temas centrais do debate, assim como as diretrizes curriculares para a educação quilombola. A programação contempla mesas de debate, apresentações de pesquisas, discussões abertas e manifestações culturais protagonizadas pela juventude quilombola.
Ednéia Gonçalves, coordenadora executiva da Ação Educativa, ressaltou a importância da articulação entre os conhecimentos científicos e os saberes ancestrais presentes nas culturas quilombolas:
“No Maranhão, a articulação entre ‘educação e terra’ é incontornável, pois possibilita à escola participar da luta coletiva pela valorização dos saberes ancestrais que sustentam o pertencimento e a resistência das comunidades.”
Além de representantes da Secretaria de Educação do Maranhão e da Secretaria de Estado dos Direitos Humanos e Participação Popular, o evento contará com a presença de membros do movimento quilombola e de diversas instituições de educação e pesquisa. Jovens quilombolas também terão espaço para compartilhar suas experiências e reivindicações, reafirmando o protagonismo e a importância da identidade cultural no ambiente escolar.
O seminário “Educação e Terra” promete ser um importante momento de reflexão e construção coletiva, e contribuir para a reformulação da educação escolar quilombola e para a promoção de uma formação que valorize as especificidades e os saberes ancestrais dessas comunidades.