A Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (SEMURH) e da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (FUMPH), lança o livro “Arquitetura do Século XX: O Art Déco e o Moderno”. A obra, de autoria da Professora Doutora e arquiteta Grete Plueger, busca valorizar o acervo arquitetônico do século XX na capital maranhense, que se incorporou ao conjunto histórico da arquitetura colonial portuguesa.

O lançamento ocorre no dia 27 de março, às 17h, no Mirante da Cidade, na Rua do Egito, Centro de São Luís.

A força do conjunto da arquitetura colonial luso-brasileira, dos séculos XVIII e XIX, reconhecida e inscrita pela UNESCO como patrimônio mundial, concentrou os esforços de pesquisa e catalogação para a proteção deste acervo pelos órgãos federais, estaduais e municipais.

A autora do livro, através da perspectiva do século XXI, busca compreender as diferentes temporalidades da cidade com um novo olhar sobre as tendências e estilos arquitetônicos do século XX, valorizando este acervo que se incorporou ao conjunto histórico da arquitetura colonial portuguesa com novos edifícios verticais, refletindo as influências dos movimentos Art Déco e moderno vigentes na Europa e EUA.

Em São Luís, na segunda metade do século XX, foram construídos vários edifícios dentro do conjunto arquitetônico colonial, inserindo lentamente no centro uma nova linguagem, com a utilização dos novos materiais da revolução industrial como o ferro, o vidro e o concreto aparente, transformando definitivamente a paisagem da cidade colonial homogênea com a construção de edifícios de 10 andares e suas novas estruturas metálicas e instalações hidráulicas e elétricas com fachadas limpas, sem elementos decorativos típicas do movimento moderno que seguiam a máxima do arquiteto alemão Mies Van der Rohe- “menos é mais” (Less is more).

Estes exemplares arquitetônicos da arquitetura eclética, art déco e moderna, inseridos dentro do perímetro de tombamento federal e estadual, foram construídos com as demolições de casarios antigos para renovação urbana promovida entre os anos 1940-50 que marcaram definitivamente a renovação da linguagem arquitetônica da cidade.

Foram cinemas, prédios comerciais como o Palácio do Comércio (antigo hotel central), residências modernistas e edifícios projetados para instituições, INSS, DNER, BEM, dentre outros. Instituições como os Correios e a Sulacap se utilizaram da nova linguagem em seus edifícios em todo o Brasil.

A autora do livro, a Professora Doutora e arquiteta Grete Plueger, ressalta que “a obra visa resgatar a importância da arquitetura do século XX no centro de São Luís, ressaltando a importância destes edifícios como exemplares dos novos estilos vigentes no século XX, o art déco e o moderno, e conscientizar sobre a importância da preservação deste conjunto.”

O recorte espacial dado pela autora compreende uma área do centro, representativa destas transformações urbanas, considerando o prédio do BEM como um ponto nodal, localizado na centralidade do eixo das renovações urbanas ladeado pelos bangalôs da Rua do Egito, exemplares de casas modernistas da Avenida Beira-Mar e da arquitetura art déco na Avenida Magalhães de Almeida.

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