uso de cannabis

Pesquisa aponta que usuários de maconha têm risco até seis vezes maior de sofrer com ataque cardíaco

O estudo também indica risco quatro vezes maior de acidente vascular cerebral isquêmico.

Reprodução

Uma pesquisa divulgada no periódico do Colégio Americano de Cardiologia, combinado a uma análise de outros 12 estudos anteriores da mesma publicação, indicou evidências de que pessoas que usam cannabis, mesmo adultos jovens e saudáveis, possuem mais chances de sofrer ataque cardíaco do que pessoas que não fazem uso da substância.

Segundo o estudo, que acompanhou registros médicos de mais de 4,6 milhões de pessoas, usuários da planta que possuem menos de 50 anos são evidentemente mais propensos a sofrer um ataque cardíaco em comparação a não usuários. Em relação à meta-análise — maior pesquisa sobre o assunto até o momento, cujos levantamentos somados analisaram mais de 75 milhões de pessoas —, o risco seria 50% maior entre os que usam a substância.

Além dos perigos relacionados à problemas cardíacos, a pesquisa principal indica, em uma média de três anos, risco quatro vezes maior de acidente vascular cerebral isquêmico, duas vezes maior de insuficiência cardíaca e três vezes maior de morte cardiovascular ou acidente vascular cerebral.

Já na meta-análise, sete dos 12 estudos identificaram associação significativa entre uso de cannabis e incidência de ataque cardíaco em usuários com uma faixa etária de em média 41 anos. Outros quatro não indicaram diferença significativa e um encontrou associação contrária.

Reunidos os resultados de todos os estudos realizados, a probabilidade de ataque cardíaco entre pessoas que usavam a planta ativamente foi 50% mais elevada do que os que não eram usuários atuais no momento da pesquisa.

Mesmo com a compreensão parcial de como que a cannabis e seus componentes impactam o sistema cardiovascular, os pesquisadores acreditam que a droga pode prejudicar a regulação do ritmo do coração, elevar a demanda de oxigênio no músculo cardíaco e promover o desenvolvimento de uma disfunção endotelial, que consiste em uma doença cardíaca que dificulta a expansão e o relaxamento dos vasos sanguíneos, interrompendo o fluxo de sangue no corpo.

De acordo com estudos incluídos na meta-análise, o pico de risco de ataque cardíaco seria cerca de uma hora após o uso da substância. Por outra perspectiva, algumas pesquisas também indicam risco maior de desenvolvimento de doença arterial coronária naqueles que usam a planta todos os dias.

Logo, especialistas defendem que médicos façam questionamentos sobre o uso de cannabis para compreender risco cardiovascular geral dos pacientes. Além disso, também sugerem, a nível político, um aviso para que a sociedade conheça que há riscos no consumo da cannabis.

A pesquisa principal foi feita através de uma rede global de pesquisa em saúde que oferece acesso a registros médicos eletrônicos, a TriNetX. Todas as pessoas analisadas possuíam menos de 50 anos, eram saudáveis e não indicavam ter comorbidades cardiovasculares significativas no início do monitoramento de estudo.

Durante o estudo, não foram levados em consideração fatores como duração e quantidade do uso de cannabis, uso de tabaco e de outras substâncias. “Devemos ter algum cuidado ao interpretar as descobertas, pois o consumo de cannabis é geralmente associado a outras substâncias, como cocaína ou outras drogas ilícitas que não são contabilizadas”, afirma o principal autor do levantamento, o médico Ibrahim Kamel, da Universidade de Boston.  

Os pacientes devem ser francos com os próprios médicos, lembrar que somos defensores número um deles e que ter a história completa importa”, finaliza.

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