Com as alterações climáticas e todos os impactos causados pelo desequilíbrio no planeta, é complicado viver sem pensar em transformações de hábitos comuns. Durante este período de carnaval não é diferente, a folia ganha as ruas nos próximos dias, realidade esta que poderia trazer efeitos positivos, afirma a designer de impacto e sustentabilidade, Luciana Lancerotti, segundo ela:

“Não se tem um dado de quantos foliões teremos neste carnaval. A estimativa é de que mais de 50 milhões de pessoas participem, seja em bloquinhos, seja em carnaval de desfile, seja em festas, não importa. Se a gente pensar que 50 milhões de pessoas vão brincar em dois, três dias, estamos falando de um volume enorme de pessoas que poderiam agir em prol de benefício para nós mesmos”, conta.

Segundo a especialista, para que tais mudanças possam acontecer, é preciso compreender os fatos de forma circular, logo, é importante pensar que tudo que consumimos precisa voltar para o ciclo de uso de forma positiva, evitando danos. Na prática, é a escolha da maquiagem no carnaval. De acordo com Luciana, o produto pode ser biodegradável, produzido a partir de sementes ou outras substâncias naturais que possam escorrer pelo ralo, não poluindo a água ou o solo.

“A gente já sabe que um dos maiores problemas que a gente tem é a poluição com plástico. Existem dados científicos da quantidade de microplásticos que está no nosso corpo de forma prejudicial. E eu convido as pessoas a pesquisar sobre isso, para que tomemos consciência. O glitter, por exemplo, nada mais é que um microplástico”, ressalta.

Ainda de acordo com a especialista, a escolha de carregar uma garrafinha ou um copo para a folia pode evitar que plásticos como garrafas e recipientes sejam despejados pelos locais. Assim, segundo ela, menos garrafas pet e latas de alumínio deixam de ser jogadas nas ruas. “O que a gente tem pensado com consciência e tentado fazer, é evitar produzir mais um lixo.“

Luciana destaca a importância de também levar uma bolsa ou sacola para manter armazenado ou recolhido o resíduo utilizado durante o passeio, garantindo assim que o material vá para o lugar certo. “Isso acontece no cotidiano da gente”, conta. A especialista orienta que a pessoa evite usar produtos ou materiais poluentes. “Quem sabe eu compro só uma garrafa de água e uso as bicas de água para manter a minha hidratação? Depois eu levo para casa e faço descarte,” concluiu.