Tarcísio diz que pode disputar a Presidência em 2026 se Bolsonaro quiser
Tarcísio ainda opta por concorrer à reeleição, considerando que suas possibilidades de vitória seriam maiores no estado.
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Foto: Platobr
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, tem afirmado a aliados desde o fim de semana que está disposto a concorrer à Presidência em 2026, caso seja esse o desejo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No entanto, de acordo com membros do governo e do PL que ouviram suas declarações, ele ainda opta por concorrer à reeleição, considerando que suas possibilidades de vitória seriam maiores no estado.
Essa preferência persistiria mesmo com a diminuição significativa da popularidade do presidente Lula (PT) numa possível disputa nacional.
Nesta última segunda-feira (17), Tarcísio participou de um evento do PL em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde reafirmou que Bolsonaro é o candidato do partido para a próxima eleição.
“Nossa responsabilidade é trabalhar para que, em 2026, a prosperidade e a esperança retornem. E a nossa esperança é a maior liderança da direita, que hoje está no PL e que vai voltar a ser o nosso presidente da República, que é Jair Messias Bolsonaro”, disse.
O discurso ignorou o fato de que o ex-presidente está inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A punição ocorreu por abuso de poder, em razão do uso político do 7 de Setembro e da reunião em que Bolsonaro fez declarações falsas sobre as urnas eletrônicas em reunião com embaixadores em 2022.
Tarcísio já havia declarado publicamente que o candidato da direita em 2026 seria Bolsonaro “ou quem ele indicar”, deixando aberta a possibilidade de seu próprio nome entrar na disputa. No ano passado, o governador também já havia sinalizado a aliados que não negaria um eventual pedido do ex-chefe para que ele concorresse à Presidência.
Após a divulgação da pesquisa Datafolha que apontou queda na aprovação de Lula e uma conversa com Bolsonaro no fim de semana, o governador reforçou essa sinalização e admitiu que aceitaria concorrer, caso fosse convocado pelo ex-presidente. Um aliado disse que ambos conversaram após a divulgação da pesquisa.
Além disso, Bolsonaro afirmou que ouviu de um dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que haveria poucas chances de ele escapar de uma nova condenação, desta vez criminal, sob acusação de participação em um plano para um golpe de Estado desenhado no fim de seu mandato.
Em Brasília, a expectativa é que a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o ex-presidente seja apresentada ainda nesta semana.
Segundo um integrante do governo paulista, Tarcísio mantém uma moral vinda do Exército, baseada em lealdade e respeito à hierarquia, o que reflete em sua relação com Bolsonaro. Isso o impediria de se posicionar de forma mais incisiva sobre o tema. Mesmo assim, esse aliado avalia que o governador ainda não tem convicção sobre sua candidatura ao Planalto.
Outro secretário afirma que Tarcísio sempre disse a aliados que gostaria de buscar a reeleição.
* Fonte: Estado de Minas