Desenvolver soluções sustentáveis para o setor da construção civil e torná-las acessíveis a famílias de baixa renda em São Luís. Foi com esse objetivo que os engenheiros civis Francisco Monteiro e Davi Reis, pai e filho respectivamente, tiveram a ideia de criar blocos de construção ecológicos a partir de um material pouco convencional: o isopor.

O projeto, intitulado EcoLar, é uma alternativa econômica e sustentável para habitações populares, que visa minimizar os impactos ambientais e o desperdício de recursos naturais na fabricação de materiais de construção, além de reduzir o déficit habitacional por meio do baixo custo de produção.

“A ideia surgiu da necessidade de criar uma solução construtiva mais acessível, sustentável e eficiente para reduzir o déficit habitacional, especialmente para pessoas de baixa renda. O EcoLar é até 30% mais econômico que blocos convencionais”, detalhou Francisco Reis.

Ainda de acordo com ele, o bloco EcoLar é feito a partir de cimento, areia e pérolas de isopor reciclado, composição que garante benefícios como redução de gastos, maior conforto térmico e acústico, facilidade de manuseio e eficiência estrutural, ao mesmo tempo em que reduz o impacto ambiental pelo uso de material reaproveitado.

“O projeto começou a ser estruturado a partir de pesquisas sobre novos materiais e processos que pudessem oferecer melhor desempenho térmico, acústico e estrutural, com custo reduzido. Esses diferenciais fazem do EcoLar uma alternativa inovadora para projetos habitacionais sustentáveis e acessíveis”, explicou o empreendedor.

Versátil e adaptável, o EcoLar pode ser utilizado em paredes e forros de diversas edificações, inclusive prédios com até três pavimentos superiores e um térreo. “Ele é ideal para programas habitacionais, construtoras e empreendimentos que buscam certificações ambientais e soluções ecoeficientes”, ressaltou Monteiro.

Apoio do Sebrae

Para ajudar na validação e consolidação do EcoLar no mercado, o Sebraetec está oferecendo suporte estratégico e técnico ao projeto, através de consultorias especializadas para as certificações PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat) e DATec (Documento de Avaliação Técnica).

“O Sebrae tem sido um parceiro fundamental no desenvolvimento do sistema construtivo EcoLar. Essas certificações são essenciais para garantir ao projeto credibilidade e conformidade com normas de desempenho da construção civil”, destacou Francisco.

Na primeira fase de certificação, alguns blocos foram fabricados em laboratório para análises técnicas, como resistência à compressão. Agora, na segunda etapa, Francisco e Davi irão produzir novos protótipos do EcoLar para a construção de uma residência, a fim de testar, na prática, o desempenho do material.

“Nós estamos na fase de certificação, na qual a construção de um protótipo é uma exigência. Também estamos sendo acompanhados pelo Sebrae com a consultoria da formatação de relatórios técnicos”, detalhou Monteiro.

Além das certificações, os engenheiros buscam registrar a patente do bloco e do sistema construtivo, processo essencial para assegurar a exclusividade e reconhecimento da inovação desenvolvida.

Segundo Francisco Monteiro, o procedimento para a obtenção dessa proteção legal também tem sido viabilizado pelo Sebrae: “O apoio do Sebrae tem sido essencial para possibilitar esse processo e permitir que o EcoLar alcance novos mercados e projetos de grande impacto social”.

Sebraetec

O Sebraetec é um programa do Sebrae que ajuda pequenos negócios a implementar soluções tecnológicas e inovadoras, por meio de consultorias especializadas, serviços metrológicos, certificação e prototipagem. O Sebrae subsidia entre 70% do custo das consultorias (com exceção das fichas técnicas para negócios inovadores), facilitando o acesso aos serviços oferecidos e contribuindo para o desenvolvimento das empresas no mercado.

Somente em 2024, no Maranhão, mais de R$ 10 milhões foram investidos no programa, com atendimento a 610 negócios. Na Unidade de São Luís, R$ 2,3 milhões foram aplicados com as consultorias Sebraetec, o que corresponde a cerca de 23% do valor investido em todo o estado.

Na capital, o programa atendeu a 151 clientes, sendo 115 Microempresas (MEs), 35 Empresas de Pequeno Porte (EPPs) e um produtor rural com Inscrição Estadual (IE). Entre os clientes atendidos, os três produtos mais demandados foram os de Design de Ambientes, Branding e Controle de Melhoria de Processos.

Quer receber as notícias da sua cidade, do Maranhão, Brasil e Mundo na palma da sua mão? Clique AQUI para acessar o Grupo de Notícias do O Imparcial e fique por dentro de tudo!

Siga nossas redes, comente e compartilhe nossos conteúdos: