violência contra a mulher

Ligue 180 quase dobra a quantidade de registros em 2024 no Maranhão

Foram 17.832 ligações em 2024, contra 8.928 em 2023. Denúncias também aumentaram, de 1.896 em 2023 para 2.833 no ano passado, acréscimo de 49,4%.

Reprodução

O Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180, dispositivo fundamental para estratégia de enfrentamento da violência contra a mulher no Brasil, totalizou em 2024, cerca de 17.832 atendimentos documentados no Maranhão, que corresponde no aumento de 99,7% em relação ao ano anterior, quando 8.928 foram registrados. Ano passado no estado maranhense, houve uma elevação de 49,4% no número de casos registrados, passando de 1.896 em 2023 para 2.833 em 2024. Da totalidade, 2.585 foram concebidas via telefone e 209 por aplicativo de mensagem.

Entre as denúncias de 2024, 1.606 foram relatadas pela própria vítima, enquanto 1.227 foram apresentadas por terceiros. A residência da vítima ainda é o local onde mais situações de violência são contabilizadas: 1.118 denúncias possuíam este contexto. A casa compartilhada por vítima e agressor também é cenário de grande parte das denúncias no estado, com 1.083 registros.

Os números indicam que há mulheres que vivenciam todos os dias tais situações de violências. No maranhão, a frequência diária foi constatada em 1.336 atendimentos, enquanto 534 afirmaram que as agressões acontecem ocasionalmente. Entre as vítimas mais frequentes, as mulheres pretas e pardas estão no grupo (1.865) e são os esposos(as) e companheiros(as) – ou ex-companheiros(as) – aqueles que mais realizam atos violentos (1.276).

Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o significativo aumento no registro de atendimentos realizados pela central reflete a maior confiança da população do país, em especial das mulheres, no Ligue 180, que vem recebendo uma série de aprimoramentos desde 2023, com a reestruturação prevista na retomada do Programa Mulher Viver sem Violência (Decreto nº 11.431/2023).

“Temos investido na capacitação das profissionais que realizam o atendimento e o acolhimento das mulheres, tanto para a informação sobre direitos e serviços da rede, como para o correto tratamento e encaminhamento das denúncias aos órgãos competentes, aumentando a confiança no canal. Além disso, temos intensificado as campanhas para ampliar a divulgação do Ligue 180, inclusive o atendimento no WhatsApp“, destaca a ministra.

Dados

Nacional

Ano passado, a Central Ligue 180 atendeu 691.444 ligações de todo o país, representando uma elevação de 21,6% em relação a 2023. O registro de atendimentos pelo WhatsApp, lançado em abril de 2023, passou de 6.689 em 2023 (743/mês) para 14.572 em 2024 (1214/mês), resultando em um salto de 63,4%.

2 mil por dia

Ao todo, contabilizando telefonia, WhatsApp, e-mail, e outros canais de atendimento, o Ligue 180 realizou 750.687 atendimentos em 2024, representando uma média de 2.051 por dia. O número de denúncias realizadas à Central Ligue 180 também elevou, passando de 114.626 em 2023 para 132.084 em 2024. Do total, 38.470 foram feitas pela própria vítima e 86.105 foram realizadas anonimamente.

Etnia/Cor da vítima

Dentre os casos em que foi declarada raça/cor da vítima, as mulheres negras estão entre a maioria (52,8%) das denúncias do ano passado, somando 53.431 de registros contra mulheres pardas e 16.373 contra mulheres pretas. Além disso, mulheres brancas totalizam 48.747 denúncias, seguidas por amarelas (779) e indígenas (620). Em 12.134 denúncias, a cor-etnia das vítimas não foi identificada.

Idade

Em relação à idade, os números indicam que as faixas etárias mais atingidas foram mulheres entre 40 e 44 anos (18.583 denúncias), de 35 a 39 anos (17.572 denúncias) e entre 30 a 34 anos (17.382 denúncias).

Tipos de violência

Ao todo, 573.131 violações foram relatadas ao Ligue 180 em 2024, uma diminuição de 3,9% em relação a 2023, quando 596.600 violações foram computadas. Os tipos mais comuns foram a violência psicológica (101.007 denúncias); seguida pela física (78.651); patrimonial (19.095); sexual (10.203), violência moral 9.180) e cárcere privado (3.027). Segundo a metodologia utilizada pela Central, uma denúncia pode possuir mais de um tipo de violação de direitos das mulheres.

Relação entre suspeito e vítima

Os dados do ano passado demonstram a predominância de suspeitos com íntima relação e/ou familiar com a vítima: companheiros(as) atuais, com 17.915 denúncias, ou ex, com 17.083 denúncias.

Contexto das violações

Em relação ao local em que ocorreram as violações, o ambiente doméstico e familiar foi o cenário mais recorrente. A “casa da vítima” apareceu em 53.019 denúncias, seguida pela “casa onde reside a vítima e o suspeito” (43.097 denúncias) e a “casa do suspeito” (7.006). Já a internet somou 6.920 denúncias.

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