Ex-ministro Silvio Almeida presta depoimento à PF nesta terça-feira
Essa será a primeira vez que o advogado prestará esclarecimentos sobre denúncias de assédio e importunação sexual.
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Reprodução
O ex-ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, irá depor à Polícia Federal nesta terça-feira (25), no âmbito do inquérito que investiga denúncias de assédio sexual contra ele. O depoimento está agendado para a tarde, na sede da PF em São Paulo. Este será o primeiro momento em que Almeida, advogado de profissão, prestará esclarecimentos à corporação.
Na semana passada, o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou a investigação por mais 60 dias, atendendo a um pedido da Polícia Federal, que alegou a necessidade de mais tempo para concluir as apurações.
Almeida, ex-ministro, foi acusado de assédio e importunação sexual por várias mulheres, incluindo a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Ele foi exonerado do cargo em 6 de setembro de 2024, um dia após a ONG Me Too Brasil divulgar as acusações.
Silvio Almeida reagiu à denúncia de Anielle Franco, dizendo que se tratava de “fofocas e intrigas” e afirmou que a ministra “se perdeu no personagem” ao fazer a denúncia. Em entrevista ao UOL na segunda-feira (24), ele afirmou: “A ministra Anielle Franco caiu numa armadilha pela falta de compreensão de como funciona a política. Eu acho que ela se perdeu no personagem. Quando você se torna ministro de Estado, a intriga se torna uma arma política.”
Após a declaração de Almeida, Anielle Franco criticou a tentativa de desqualificar as vítimas de assédio sexual, minimizando suas experiências e transformando relatos sérios em “fofocas” ou “brigas políticas”. Ela ressaltou que, ao prestar depoimento à PF como investigado, o acusado usou um espaço público para atacar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas.
Anielle reforçou sua confiança nas investigações da Polícia Federal e reiterou seu compromisso com a defesa das vítimas, combatendo a violência de gênero e raça. Ela também destacou que o direito de defesa é garantido, mas não deve ser usado como uma ferramenta de desinformação ou revitimização.
*Fonte: Correio Braziliense