impossibilidade

Cidade continua sem transporte coletivo

Moradores enfrentam dificuldades diárias devido à falta de transporte coletivo, com soluções temporárias e dependência de iniciativas informais para conseguir se deslocar.

Foto: Honório Moreira/Arquivo.

Uma cidade com poucas pessoas nas ruas e as paradas de ônibus desertas e a população em pontos estratégicos aguardando o incerto. Alimentando a esperança de que apareça algum meio de transporte para que possa retornar para casa.

Todos os bairros da grande São Luís estão vivenciando este drama e, em situação bem mais grave, os moradores das povoações da zona rural, situadas mais distantes do Centro da capital, e que não tem a cobertura do sistema de transporte semiurbano, como Estiva, Pedrinhas, Rio Grande, Quebra Pote, Ribeira, Maracanã , Porto Grande, Rio dos Cachorros. Vila Maranhão e as comunidades existentes no entorno de cada uma. O sistema semiurbano só atende as comunidades das cidades da Região Metropolitana, como São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa.

As pessoas foram obrigadas a se aventurarem em vir para o Centro da cidade para tratar de assuntos diversos de seus interesses, notadamente para consultas médicas já agendadas, que tem dificuldade para remarcar, é fato, e ficam horas aguardando que apareça algum meio de transporte para que possam retornar.

Assim aconteceu com Osvaldo Silva que saiu de sua casa, no Quebra Pote, logo nas primeiras horas da manhã, para vir à APAE, no Outeiro da Cruz, onde tinha exames agendados e ali permaneceu até por volta das dez horas e se deslocou a pés para a Praça do Mercado Central, para pegar uma van que o levaria de volta para casa. É que ali era o local onde o veículo fazia parada, graça a uma atitude altruísta de um outro morador do Quebra Pote, identificado como Beto, que possui uma van que usa fazendo linha para a cidade de Rosário, mas que, toda vez que tem paralisação dos sistema de transporte público, tira sua van de Rosário para ajudar seus vizinhos neste transporte de trazer para o Centro e levar de volta para casa.

Outras pessoas ficam ao sabor da sorte, como é o caso de Dona Rivaldete Reis, que estava à espera de algum meio de transporte que a levasse até ao Terminal de Transporte da BR- 135, no Maracanã, onde, então, pegaria uma mototáxi para chegar à Ribeira, onde reside.

Já Dona Maria dos Remédios Sousa, que pretendia voltar para sua casa em Pedrinhas, as probabilidades eram bem menores, visto que a sua esperança era chegar ao Bairro São Cristóvão para ali pegar uma das vans que fazem o transporte intermunicipal para poder chegar a Pedrinhas.

José Ribamar Silva, que mora na área do Itaqui-Bacanga, disse não estar preocupado, visto que a região onde mora é bem servida com os chamados “carrinhos”, (veículos de passeio usados no transporte coletivo de passageiros). Afirmou ainda, que, pelo fato de haver muita oferta, os preços não foram alterados em função da greve dos trabalhadores rodoviários, permanecendo em cinco reais por pessoa, como sempre foi. Àcido, Ribamar não poupou críticas às condições precárias dos ônibus que atendem as comunidades da periferia da cidade, profetizando que esta greve é uma “jogada” capitaneada pelos empresários do setor, que usam os trabalhadores para barganhar aumento das tarifas.

Ele se manifestou incrédulo, com relação ao projeto do prefeito Eduardo Braide que afirmou através das redes sociais que não vai admitir aumento das tarifas e que vai realizar uma licitação para contratar novas empresas para prestar o serviço de transporte para a população de São Luís. Ribamar, afirmou que é uma tarefa difícil visto que os empresários contam com o beneplácito do Judiciários que poderá impedir que tal licitação se realize.

Em uma negociação com a classe trabalhadora, realizada no Tribunal Regional do Trabalho com a participação de representantes do Governo do Estado e da Prefeitura Municipal de São Luís, ficou acertado que os ônibus do Sistema Semiurbano, voltariam a circular normalmente a partir desta quarta-feira, dia 19.

Dona Maria Pereira moradora do bairro Vila Nova, disse que a população, assim, fica refém dos empresários que, deixam de cumprir suas obrigações acordadas com a classe trabalhadora para provocar a paralisação e conseguir , sempre, os aumentos de valores das tarifas, desejados.

Enquanto isso, a população segue sem transporte público e sofrendo as agruras de fazer longas caminhadas para chegar ao pontos onde possa pegar um transporte para sair ou voltar para casa.

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