Agência internacional afirma que Brasil é estratégico para eficiência energética do mundo
O Brasil ocupa com sua matriz elétrica majoritariamente renovável, uma posição de liderança global, principalmente em relação à energia hídrica.
![](https://oimparcial.com.br/app/uploads/2025/02/crise-hidrica.jpg)
Reprodução
Nesta quinta-feira (13), Francesco La Camera, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Renovável, afirmou que o Brasil possui um papel fundamental e estratégico para que o planeta alcance o objetivo de dobrar a eficiência energética e triplicar a capacidade de fontes renováveis como solar, eólica e hídrica.
O diretor-geral relatou esta perspectiva pois o Brasil ocupa com sua matriz elétrica majoritariamente renovável, uma posição de liderança global, principalmente em relação à energia hídrica.
“No ano passado, o Brasil demonstrou a capacidade de impulsionar o setor com um acréscimo de mais de nove gigawatts de energias renováveis em sua matriz”, destacou após se reunir com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para tratar de uma agenda comum nos preparativos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em novembro, na cidade de Belém.
La Camera permanece em Brasília para uma série de encontros com o governo federal e outros atores do setor energético para falar sobre estratégias de cooperação para a transição energética mundial.
Por representar essa capacidade de liderança, a agência tem incluído o Brasil nos trabalhos de elaboração do relatório a respeito das perspectivas de transição para as energias renováveis na América Latina, que possivelmente será publicado ainda em 2025. Além disso, o governo do país também tem cooperado na formulação de estratégias para atrair recursos internacionais para o setor.
“Penso que concordamos em realizar um fórum de investimento no primeiro trimestre do próximo ano, como seguimento da COP 30”, ressaltou La Camera a respeito da conversa com Silveira.
A cooperação acontece antes mesmo de o Brasil se tornar membro da agência, já que o processo interrompido no governo anterior foi retomado de maneira oficial em janeiro de 2025, durante a 15ª Assembleia Geral da Agência Internacional de Energias Renováveis, realizada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes.
O ministro Alexandre Silveira foi convocado para participar de um dos painéis da assembleia geral para que sejam apresentadas por ele as políticas públicas que favoreceram o crescimento das renováveis no Brasil, como o Luz para Todos e o programa Energias da Amazônia, além de novas ações como o Combustível do Futuro.
Durante a ocasião, Silveira formalizou o convite à agência internacional para secretariar a Coalizão Global para Planejamento da Transição e Segurança Energética, que será conduzida pelo Brasil e deverá ser lançada ainda este ano.
“Foi um momento muito importante. Primeiro para o Brasil, que assumiu a posição relevante de liderança política no planejamento de longo prazo da transição energética, com o G20 [grupo das maiores economias globais]. O governo brasileiro elevou um momento técnico em um momento político e nós ficamos muito felizes em aproveitar para trabalhar sob a liderança do Brasil nesta coalizão global”, afirmou Silveira ao formalizar o convite à Agência Internacional de Energias Renováveis.
O dirigente da agência internacional comunicou que continuará no Brasil até o final da semana para estabelecer mais detalhes sobre a agenda comum com o Brasil para a COP30, onde haverá um direcionamento para o desenvolvimento do enorme potencial do país para incrementar a produção energética por biomassa.
“Nós vamos considerar a COP30 um sucesso, quando ela produzir um reflexo nas ambições climáticas dos países”, expressou.