Perícia

Serial Killer envenena família com arsênio em bolo e é descoberta por perícia científica no Rio Grande do Sul

A mulher responsável pelo bolo envenenado foi a principal vítima, consumindo a maior quantidade do doce, mas sobreviveu

Bolo com arsênio matou três pessoas da mesma família em Torres, no Rio Grande do Sul - (crédito: Sofia Villela/IGP)

O caso de envenenamento com arsênio em Torres, no Rio Grande do Sul, que resultou na morte de três membros de uma mesma família, chocou o Brasil nos últimos dias. A mulher responsável pelo bolo envenenado foi a principal vítima, consumindo a maior quantidade do doce, mas sobreviveu. A polícia prendeu a autora, que foi classificada como uma serial killer, responsável por não apenas as mortes mais recentes, mas também pela morte do sogro, que faleceu em setembro do ano passado.

Investigação e descoberta científica

A complexidade do caso exigiu uma resposta ágil e integrada das forças de segurança. Equipes multidisciplinares realizaram investigações, incluindo necropsias e exames toxicológicos detalhados. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul teve papel crucial, analisando amostras biológicas das vítimas, como sangue, urina e conteúdo estomacal. Os exames revelaram níveis de arsênio no sangue das vítimas de 20 a 60 vezes mais altos do que o limite considerado tóxico para seres humanos, descartando a possibilidade de intoxicação alimentar ou acidental.

A análise da farinha usada para o preparo do bolo mostrou uma concentração de 65 gramas de arsênio por quilograma, aproximadamente 2,7 mil vezes mais do que a quantidade encontrada no próprio alimento. Como o arsênio é uma substância inodora e insípida, a mistura do veneno na farinha passou despercebida pelos membros da família. Para identificar o arsênio no local, foi utilizado um aparelho de fluorescência de raio-X (XRF), que detecta metais como o arsênio.

Exumação do sogro e novos indícios

A perícia também investigou a morte do sogro da acusada, que inicialmente foi atribuída a uma infecção alimentar. Após a exumação do corpo, foi confirmado que ele também apresentava altos níveis de arsênio, ligando sua morte ao envenenamento em série.

Resposta da perícia criminal

Marguet Mittmann, diretora-geral do IGP, enfatizou a importância da ciência na solução do caso. Ela destacou que os avanços nos recursos humanos e financeiros da perícia criminal no Rio Grande do Sul são fundamentais para dar respostas rápidas e precisas. “A ciência não mente, e os resultados de nossas análises demonstram o compromisso com a celeridade e a precisão no trabalho pericial”, afirmou Mittmann.

Fonte: Correio Braziliense

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