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Posicionamento de Trump pode ser problema para COP 30

Após ser reeleito, o presidente retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, preocupando e impactando as negociações.

Reprodução

Nesta terça-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o embaixador André Corrêa do Lago, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores (MRE), como o presidente da COP 30, conferência que será realizada no mês de novembro, em Belém.

O anúncio aconteceu 24 horas depois de o presidente Donald Trump assinar inúmeros decretos, como a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris — principal contrato para a redução das emissões de carbono entre países.

O posicionamento norte-americano faz parte das preocupações brasileiras, mesmo se tratando de uma conduta já esperada, pois desde sua campanha, o presidente reeleito demonstrou claro sinais de que desmontaria o arcabouço da legislação ambiental dos EUA.

Corrêa do Lago afirmou quetal postura impactará negativamente a COP 30: “Estamos todos analisando as decisões do presidente Trump, mas não há a menor dúvida de que terá um impacto significativo na preparação da COP e na maneira como nós vamos ter que lidar com o fato de que um país tão importante está se desligando desse processo”, expressou.

Ainda assim, o embaixador destacou que uma maneira de contornar a postura negativa de Trump à pauta climática, é o fato de que há empresas, estados e prefeituras norte-americanas com íntimo envolvimento na agenda do meio ambiente — e que possui autonomia para consolidar acordos e fechar compromissos sem o apoio da Casa Branca ou do Congresso norte-americano.

No entanto, tal contexto não é novidade para Corrêa do Lago e, de certa forma, vinha sendo precificada desde a COP 29, em 2024, no Azerbaijão na cidade de Baku. A conferência foi esvaziada, pois não contou com a presença de chefes de Estado como o então presidente norte-americano Joe Biden, do presidente da China, Xi Jinping, e da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Essa situação de esvaziamento se materializou de forma triste para os países em desenvolvimento e ambientalistas com a aprovação, pela conferência, de apenas US$ 300 bilhões para financiar medidas de mitigação de mudanças climáticas. O valor ficou muito longe dos US$ 1,3 trilhão desejados para cumprir os objetivos do Acordo de Paris.

Ainda diante de todo contexto, Corrêa do Lago ressalta o otimismo em relação aos resultados da conferência de Belém. “É uma honra imensa e acredito que o Brasil pode ter um papel incrível nessa COP”, expressou Corrêa logo após a reunião com Lula que confirmou sua indicação.

Além da nomeação de Corrêa do Lago, o presidente da República também escolheu Ana Toni, secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, para o posto de diretora-executiva da COP 30.

Ana não marcou presença na reunião no Palácio do Planalto pois se recupera de cirurgia. As duas funções são as mais importantes para a gestão da conferência, responsáveis por liderar a negociação com países, empresas e sociedade civil para a formação de consensos.

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