Operação Contragolpe: PF enviará ao STF novo relatório contra militares
O texto deve possuir informações mais aprofundadas a respeito da participação de oficiais das Forças Armadas no planejamento que visava derrubar o sistema democrático e instaurar um regime totalitário.
Nos próximos dias, a Polícia Federal deve enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF), um relatório adicional relacionado a tentativa de golpe de Estado que iniciou em 2022 e culminou nos atentados de 8 de janeiro. A pasta, trará informações apuradas durante a Operação Contragolpe, realizada em novembro de 2024, que resultaram na revelação de um suposto plano de assassinato que tinha como alvo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
O texto deve possuir informações mais aprofundadas a respeito da participação de oficiais das Forças Armadas no planejamento que visava derrubar o sistema democrático e instaurar um regime totalitário. Trinta e sete pessoas foram indiciadas pela corporação por suposta envolvimento na trama golpista, entre os indiciados, o ex-presidente Jair Bolsonaro, os generais Braga Netto e Augusto Heleno e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República.
A Operação Contragolpe conseguiu identificar outros nomes que também tiveram participação nas movimentações e ações criminosas. Os investigadores analisam se irão apresentar novos indiciamentos também.
Com o total de 37 indiciados, o relatório da PF está sendo avaliado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve apresentar denúncia ao Supremo em março deste ano. No entanto, isso depende da necessidade ou não da realização de novas ações.
A investigação é baseada principalmente pela delação de Mauro Cid, homologada pelo Supremo. porém, ele conta desconhecer a tentativa de assassinato das autoridades e afirma que não pode confirmar se Bolsonaro possui envolvimento no comando dos planejamentos que pretendiam atentar contra a vida de políticos eleitos e do magistrado do Supremo.
Cid foi ouvido por Moraes a respeito de contradições que deu em depoimentos válidos pelo acordo de delação. Em dezembro do ano passado, após uma audiência, o magistrado compreendeu que as explicações foram satisfatórias e mantiveram a validade do acordo.
Após recuperar arquivos que foram apagados do celular de Cid, a Polícia Federal descobriu informações que não foram relatadas por ele e que indicavam um plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes. A PGR pediu nova prisão de Cid, no entanto a solicitação foi rejeitada pelo ministro do STF.
Cid responde ao processo em liberdade, e faz uso de tornozeleira eletrônica além de cumprir outras diretrizes cautelares, como não entrar em contato com outros investigados. A PGR também enviará ao Supremo, uma denúncia contra integrantes da cúpula da Polícia Militar do DF que teria contribuído, “por ação ou omissão“, para a invasão das sedes dos Três Poderes em janeiro de 2023.
As ações relacionadas aos integrantes da corporação que atua na segurança pública de Brasília estão em estado avançado. A avaliação é de que muitos dos oficiais em postos de comando tinham conhecimento dos riscos e agiram para facilitar os ataques.