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Em fevereiro, Brasil recebe o 1º Encontro Internacional de Cinemas Movidos a Energia Solar

A realização da COP 30 foi determinante para que o Brasil fosse o País escolhido como sede desse encontro inovador.

(Foto: Divulgação)

O Brasil sediará o 1º Encontro Internacional de Cinemas Movidos a Energia Solar. O evento acontece em fevereiro e reunirá projetos de diversos países. Haverá sessões de cinema movido a energia solar, ao ar livre, abertas ao público e com entrada franca, seguidos de debates com os representantes dos projetos e também reuniões executivas.

A programação de cinema, sempre das 18h às 20h30, acontece em São Paulo (dia 6) e Rio Grande do Norte (dias 8, em Caraúbas, distrito de Maxaranguape, e 9, em São Miguel do Gostoso).  Nos dias 10 e 11, das 11h às 16h, em São Miguel do Gostoso, haverá reuniões executivas, com a participação dos responsáveis pelos projetos, alguns presencialmente e outros online, a partir de seus próprios países. 

Foto: Divulgação

É a primeira vez no mundo que os projetos se encontram para exibir filmes e discutir questões relativas ao Planeta, Cinema e Sustentabilidade. Participam os seguintes países e projetos:  Brasil: Cinesolar; Chile: Plataforma Solar; Estados Unidos: Arizona Loft Solar Cinema; Holanda: Solar World Cinema; Croácia: Solar Cinema Adria; Saara Ocidental: Solar Cinema Western; Nepal: Solar Cinema Nepal; e Austrália: Solar Cinema Northern Territory.

Na maioria dos países o projeto funciona partir de vans equipadas com placas solares que possibilitam, através de um sistema conversor de energia solar para elétrica, a exibição de filmes e apresentações artísticas. No interior dos veículos, há assentos para o público e telão, que são levados para fora para a montagem das “salas de cinema” (veja mais detalhes no tópico “Sobre o Cinesolar”). Mas o projeto não acontece da mesma forma em todos os lugares. No Nepal, a estrutura é levada através de burros; na Austrália, adaptaram um trailer; no Saara Ocidental utilizam com carro com tração nas quatro rodas.

Estarão nos eventos Cynthia Alario, idealizadora no Brasil do projeto Cinesolar, e as três diretoras executivas do Solar World Cinema, projeto pioneiro no mundo: as holandesas Maureen Prins (fundadora), Maartje Piersma e Stien Meesters. A mediação do encontro em São Paulo será do ator, apresentador e ativista Sergio Marone. No Rio Grande do Norte, a secretária de Estado da Cultura, Mary Land Brito, participará dos dois debates.

“Nós pensávamos sobre esse encontro há muitos anos, mas adiamos nossos planos devido à pandemia da Covid. Com a COP 30 programada para acontecer no Brasil este ano, decidimos que o país seria o local ideal para o primeiro encontro. Como pioneiros do Solar Cinema e fundadores da rede internacional Solar World Cinema, achamos maravilhoso que a ideia tenha se expandido. É essencial entender as realidades e especificidades de cada projeto para determinar como podemos compartilhar experiências e conhecimento, colaborar em iniciativas conjuntas e conscientizar sobre a importância da cultura, sustentabilidade e causas ambientais para o planeta.” – diz Maureen Prins fundadora do Solar World Cinema e uma das coordenadoras do Encontro.

“Após onze anos de trabalho extensivo de cinema itinerante movido a energia solar, com objetivo de democratizar o cinema, levando-o para as partes mais remotas do País, estamos reunindo nossos parceiros apaixonados e aspirantes, para trocar conhecimento, experiências e apresentar a diversidade de iniciativas de cinema solar e despertar ideias para estender ainda mais a rede pelo mundo”, diz Cynthia Alario

A diretora do Cinesolar também destaca a importância do encontro ser realizado no Brasil:

“Decidimos fazer aqui no país, no ano da COP 30, porque é fundamental fomentar a discussão no viés das artes sobre o impacto das mudanças climáticas no mundo. Nós que trabalhamos com cultura e meio ambiente podemos contribuir com o envolvimento da sociedade civil e do estado em projetos e ações que impactem nas mudanças climáticas e em toda a questão ambiental que é a grande pauta da humanidade hoje. São importantes ações de conscientização, para as pessoas entenderem que não é um tema de um país ou de um povo, mas planeta Terra. Projetos como os nossos, que acontecem em vários lugares do mundo, podem ajudar a formar uma massa crítica de pensar não apenas as ações culturais, mas também as questões ambientais, ainda mais nesse momento em que há lideranças que procuram barrar as ações que defendem o meio-ambiente, que não percebem o impacto das suas ações e que às vezes até procuram trabalhar contra ações que são fundamentais”.

Cynthia Alario destaca que a escolha de São Miguel do Gostoso como sede da reunião executiva é por ser uma cidade com vocação audiovisual e cada vez mais importante no cenário do cinema nacional. “Desde 2013 o CDHEC/Espaço Tear, junto com a HECO Produções, realiza na cidade a Mostra de Cinema de Gostoso. Também aqui foram realizados de 30 curtas-metragens que circularam em festivais do Brasil e do Exterior. Além disso, fazemos na cidade dezenas oficinas que já formaram 150 jovens, assim como inúmeras outras ações nessa área”, diz Ricardo André Ribeiro, produtor da Mostra de Cinema e coordenador do Ponto de Cultura de São Miguel do Gostoso.

O 1º Encontro Internacional de Cinemas Movidos a Energia Solar é uma realização conjunta do Cinesolar e do Solar World Cinema, com os seguintes parceiros: Unesco, SPCine, Mercedes-Benz, EnergySeg, Semearte, Ecori, Unipaz  – Universidade da Paz, CDHEC (Coletivo de Direitos Humanos, Ecologia, Cultura e Cidadania), Brazucah Produções, Coletivo Nós do Audiovisual, Espaço TEAR, Tukano, Ecooar e USB Power.

Cinesolar

Lançado pela Brazucah Produções, há 11 anos o Cinesolar – o primeiro cinema itinerante do Brasil movido a energia solar – transforma espaços públicos e abertos em salas de cinema. Já realizou 2730 sessões com exibição de 290 filmes e 780 oficinas de cinema para mais de 397 mil pessoas, de 890 cidades de 23 estados e do Distrito Federal.    

O projeto, que cumpre 10 dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), já percorreu mais de 350 mil quilômetros pelo país e atua com o objetivo de democratizar o acesso às produções audiovisuais (principalmente as nacionais), promover ações e práticas sustentáveis, a inclusão social e difundir a tecnologia da geração de energia solar.

Foto: Divulgação

O projeto utiliza energia limpa e renovável para exibições de filmes, unindo arte, cinema e sustentabilidade. Tudo funciona a partir de uma van equipada com placas solares que possibilitam, através de um sistema conversor de energia solar para elétrica, a exibição de filmes e apresentações artísticas. No interior do veículo, há 100 assentos para o público e telão com metragem de 200 polegadas (que são levados para fora para a montagem da “sala de cinema”), além de sistema de projeção e até um EcoVJ. 

Dentro da van, infográficos e monitores mostram como funciona o carro e são passadas informações sobre os princípios básicos da energia solar (por exemplo: como a energia solar se transforma em energia elétrica). Além disso, são mostrados produtos de sustentabilidade e tecnologias renováveis, com aplicações práticas no dia-a-dia, como um instigante relógio de batatas.

 Os filmes exibidos sempre trabalham questões ligadas à sustentabilidade com foco em três eixos: social, econômico e ambiental. Além das sessões e das oficinas de cinema, muitas vezes a iniciativa ainda promove música orgânica e ecografite para crianças e adolescentes. Essas atividades propõem a reciclagem de materiais para a confecção de instrumentos musicais e o preparo de pigmentos naturais, como argila e urucum, nas pinturas produzidas pelos participantes.

O Cinesolar realiza a compensação de 55 toneladas CO2e, em parceria com a Ecooar, através do plantio de árvores e da certificação de créditos de carbono, com a manutenção de florestas, em áreas de preservação permanente, no município de Garça/SP. E também promove ações em conjunto com a Unesco no Brasil e a Unipaz (Universidade Internacional da Paz).

Programação do 1º Encontro Internacional de Cinemas Movidos a Energia Solar

O Encontro terá debates sobre os projetos de cinema solar nos diversos países e, ainda, seleção de curtas que abordam temas ligados à sustentabilidade, à consciência ambiental e à relação entre o ser humano e a natureza. Haverá também um encontro presencial e online com diretores de projetos de cinemas movidos a energia solar nos cinco continemtes. É uma oportunidade para celebrar a criatividade cinematográfica e promover reflexões sobre as especificidades de cada projeto e, também, sobre o futuro do planeta. Confira a programação:

Em São Paulo, capital

Dia 6 de fevereiro, das 18h às 20h30, Centro Cultural São Paulo, à rua Vergueiro, 1000, Liberdade. Aberto ao público, com entrada franca. (A sessão será no auditório, com a exibição da van do Cinesolar na parte externa.)

Em Caraúbas, distrito de Maxaranguape, no Rio Grande do Norte

Dia 8 de fevereiro, das 18h às 20h30, na Praça Pedro Machado, ao lado da Igreja Matriz Nossa Senhora Da Guia. Aberto ao público, com entrada franca. (Em caso de chuva o evento será na Creche Municipal Professora Maria de Lourdes Barros, à rua da Macaíba – S/N.)

Em São Miguel do Gostoso, Rio Grande do Norte

Dia 9 de fevereiro. Das 18h às 20h30, no Centro Cultural Espaço TEAR, à rua das Caravelas, 131, Centro. Aberto ao público, com entrada franca.

Dias 10 e 11. Das 11h às 16h, no Centro Cultural Espaço TEAR e online, Encontro dos diretores dos projetos de cinema solar na Austrália, Brasil, Chile, Croácia, Estados Unidos, Holanda, Nepal e Saara Ocidental. Evento fechado.

Destaques Internacionais

Varken (Direção: Jorn Leeuwerink, Animação; Duração: 8min; Holanda/2022)
Um conto emocional que explora a conexão entre os seres humanos e os animais, em um mundo em constante transformação ambiental.

Troco pilhas por sementes – Senha Verde (Direção: Gastón García; Live-action/Não ficção; Duração: 3min13s; México/2013)

Citlalli tem doze anos e se preocupa muito com o meio ambiente. Ela quer fazer algo para melhorar o lugar onde vive. Por isso, cria a iniciativa “Troco pilhas por sementes”, na qual estimula seus vizinhos a lhe entregar pilhas usadas e, em troca, receberem sementes de diferentes espécies.

Alba (Direção: Elva Arrieta; Animação; Duração:7min42s; Peru/2020)

Leti é uma menina que vive em um mundo onde não pode brincar com outras crianças. Em meio ao seu descontentamento, tentará juntar suas penas para um dia alcançar a liberdade que está procurando.

A Torneira Perfeita (Direção: Walter Tournier; Animação/Ficção, Duração: 7min35s;  Uruguai/2008)

Impactante animação de Tournier, considerado um dos mestres latino-americanos da animação em stop motion. Na história, um senhor chamado Humberto trabalha dia e noite em um projeto para desenvolver um sistema de controle automático de torneiras para não desperdiçar água.

Destaques Nacionais

Açaí  (Direção: André Cantuária; Comédia; Duração: 18min;  Brasil/2019)

O curta “Açaí” conta a saga de Dionlenon, um homem de 30 anos que está acostumado com a vida que leva ao lado da mãe, com quem mora numa periferia de Macapá, no Amapá. Ele sai em busca de dois litros de açaí para almoçar, mas não imagina que a viagem será tão distante assim…

Contos Mirabolantes: O Olho do Mapinguari (Direção: Andrei Miralha e Petronio Medeiros; Animação; Duração: 9min18s; Brasil/2023)

Maria Estrela é uma menina que adora ouvir histórias antes de dormir, mas, cansada de ouvir sempre as mesmas, resolve ela mesma inventar um “conto mirabolante”, em que narra a história de como o Terrível Mapinguari da Amazônia — um enorme monstro com uma enorme boca em sua barriga — perdeu seu único olho na floresta. Nessa história, a destemida Maria Estrela, montada em Esperança, seu fabuloso Boi-Bumbá Alado, parte numa busca para encontrar o olho do Mapinguari.

Ministra do Lixo (Direção:  Harcan Costa, Documentário; Duração: 15min; Brasil/2024)

Anna Raboud é uma figura ilustre e respeitada em São Miguel do Gostoso (RN). Natural da Suíça, ela chegou à cidade trazendo um desejo de contribuir para causas sociais, preservação ambiental e promoção cultural e durante anos fez um trabalho dedicado à comunidade. No documentário, Anna retorna à cidade para reencontrar amigos e reviver as histórias que construiu ao longo de sua trajetória, mantendo viva sua conexão com o lugar.

Sobre as(os) participantes dos debates

Maureen Prins – fundadora e diretora executiva do Solar World Cinema e coordenadora do Encontro.

Cineasta e fundadora do Dutch Solar Cinema (Cinema Solar Holandês). Em 2000, se formou na The Northern Media School – Sheffield Hallam University (MA em artes cinematográficas), como diretora, editora e designer de produção. Depois, seguiu carreira fazendo curtas-metragens independentes, documentários e videoclipes. Também trabalha como curadora freelancer, desenvolvendo programas de filmes e diretora de um centro de cinema criativo no sul da Holanda. Em 2009, criou a fundação Solar World Cinema junto com parceiros para internacionalizar o projeto.

Maartje Piersma –  diretora executiva do Solar World Cinema

Graduada em 2005 em Mídia e Cultura (UvA), com especialização em documentário. Trabalhou no International Documentary Film Festival Amsterdam (IDFA), Latin American Film Festival (LAFF), Dutch Film Festival (NFF), Cinekid, Cinemien, Cinema Delicatessen e como chefe de Comunicação do Theatre Festival Parade. Em 2009, criou a fundação Solar World Cinema, junto com seus parceiros para internacionalizar o projeto.

Stien Meesters – diretora executiva do Solar World Cinema

Produtora no setor cultural nos últimos 10 anos. Ela se formou em 2005 em Estudos de Cinema e Televisão e se especializou em projetos e eventos de cinema, nacional e internacionalmente, tanto em posições de organização quanto artísticas. Trabalhou na organização de Festivais de Cinema como IFFR, IDFA, CINEKID, BAFICI. Foi chefe de Programação do Festival de Cinema Latino-Americano de Utrecht. Em 2009, criou a fundação Solar World Cinema junto com seus parceiros para internacionalizar o projeto.

Cynthia Alario – idealizadora do Cinesolar e coordenadora do Encontro

Empreendedora da economia criativa e ativista ambiental. Em 2002, fundou a Brazucah Produções, produtora especializada na difusão do cinema brasileiro pelo Brasil e pelo mundo. Idealizadora do Cinesolar – o primeiro cinema itinerante do país movido a energia solar, atualmente é também parceira de desenvolvimento do BikeCine, cinema itinerante, ao ar livre, que funciona apenas com energia limpa e sustentável, gerada pelo próprio público, pedalando; e do Cine Autorama, um cinema móvel estilo drive-in. Desenvolve ações em conjunto com a Unesco Representação Brasil para a disseminação dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e viaja pelo País realizando oficinas de sustentabilidade e alegrando as pessoas com a magia do cinema. É formada em Comunicação Social pela Universidade de São Paulo e pós-graduada em Transdisciplinaridade e Cultura de Paz. Atualmente é vice-presidente da Unipaz SP e facilitadora de ‘A Arte de Viver em Paz’, metodologia desta entidade.

Sergio Maronemediador em São Paulo

O ator, apresentador, ambientalista e empreendedor será o mediador do encontro em São Paulo. Atualmente, Sergio Marone se dedica à marca Tukano, de dermocosméticos sustentáveis e veganos que lançou há poucos anos, ao teatro e ao desenvolvimento de uma série sobre responsabilidade socioambiental para a televisão. Marone afirma que a sustentabilidade é possível quando se presta atenção aos detalhes, como não utilizar garrafas de plástico, assim como levar sempre na bolsa ou mochila uma sacola de pano para não usar as de plástico. De acordo com o ativista, as soluções sustentáveis dependem de uma convergência de interesses pessoais e coletivos e de políticas públicas alinhadas à preservação ambiental. “As mudanças de mentalidade e atitude são fundamentais, já que tudo está interligado”, afirma.

Mary Land Britosecretária de Estado da Cultura do Rio Grande do Norte

Graduada em Comunicação Social pela UFRN (2000) e mestra em Multimeios pela Unicamp (2009). Vencedora do Edital do Ministério da Cultura “DocTV”, que originou o Filme “Sangue do Barro” (2009). É professora, e ex-coordenadora do Curso de Produção Cultural do IFRN Campus Centro Histórico, tendo como principais disciplinas as relacionadas ao Audiovisual. Criou e coordenou os projetos Cinemateca Potiguar e Cine Poty.

Atuou como coordenadora de Informação e chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Presidência da República (2015/2016). Em cooperação técnica com o IFB, ajudou na implantação dos Cursos Técnicos em Produção de Áudio e Vídeo. É roteirista, produtora e diretora, atuando também na preservação, memória e difusão do audiovisual potiguar. Atualmente ocupa o cargo de Secretária de Cultura do Rio Grande do Norte, onde coordena a implementação de políticas estaduais de cultura.

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