reorganização

Deputados articulam formação de blocos na Assembleia Legislativa

Mudanças importantes foram registradas, incluindo a criação de dois novos blocos, cada um com o número mínimo de seis integrantes, condição para integrar comissões.

Assembleia Legislativa do Maranhão (Foto: Reprodução)

A Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão vive um momento de intensa reorganização política, marcado pela formação de novos blocos parlamentares e redefinição de forças entre governo, oposição e independentes. A retomada dos trabalhos legislativos no próximo dia 3 de fevereiro, a partir das 9h, promete ser um reflexo direto dessas articulações, que são fundamentais para o equilíbrio das decisões políticas no estado.

Com partidos como o PL, o Solidariedade e o PCdoB ganhando protagonismo em blocos independentes, o cenário parlamentar assume contornos estratégicos que impactam diretamente as comissões temáticas, as votações de projetos de lei e, principalmente, a relação do Executivo com o Legislativo. 

Nesse contexto de reconfiguração de alianças, a Assembleia se consolida como um espaço de disputa política determinante para os rumos do Maranhão, onde cada bloco e cada decisão moldam o presente e o futuro da gestão pública estadual.

A formação de blocos é uma tradição legislativa que garante aos parlamentares maior influência no processo decisório. Com isso, as negociações dessa natureza envolvem não apenas alianças partidárias, mas também a definição de posicionamentos em relação ao governo e à oposição. 

Nesta nova configuração, destacam-se dois movimentos significativos: o Partido Liberal (PL), que decidiu sair do bloco governista Juntos Pelo Maranhão, formando seu próprio grupo com seis integrantes, e a criação de um bloco entre os partidos Solidariedade (SDD) e PCdoB, também com seis deputados. Ambos os blocos atingem o número mínimo necessário para formalização e terão direito a integrar as comissões, podendo desempenhar papéis importantes nas discussões legislativas.

O “Juntos Pelo Maranhão”, maior bloco governista, que contava com 24 integrantes, sofreu perdas importantes com a saída do PL e do PCdoB. Ainda assim, reforçou sua base ao incorporar dois parlamentares do PSD, Eric Costa e Mical Damasceno, consolidando-se com 17 deputados. A ampliação fortalece a liderança governista no parlamento, embora o grupo enfrente desafios para manter sua coesão em um momento de reaproximação entre o governador Carlos Brandão (PSB) e aliados do ex-governador Flávio Dino, atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Por outro lado, o bloco “Unidos Pelo Maranhão”, expandiu significativamente sua base, passando a contar com 12 parlamentares. O ingresso dos deputados do Podemos, Leandro Bello e Júnior Cascaria, deu maior peso político ao grupo, que se posiciona como um aliado do governo, mas com espaço para articulações internas que podem influenciar a agenda legislativa.

Posturas dos blocos refletem posicionamentos políticos

Enquanto isso, o PL, agora em bloco próprio, adota uma postura de independência, embora seus integrantes já tenham indicado que estarão alinhados a pautas de interesse do governo, desde que não envolvam aumentos de impostos. Esse posicionamento coloca o grupo em uma posição estratégica, com a capacidade de negociar apoio em troca de contrapartidas específicas, o que pode gerar impactos significativos nas decisões da Casa.

O bloco formado por Solidariedade e PCdoB, por sua vez, adota uma posição híbrida. Com Fernando Braide e Othelino Neto pelo SDD e os comunistas Rodrigo Lago, Ricardo Rios, Júlio Mendonça e Ana do Gás, o grupo combina oposição pontual com apoio a algumas pautas governistas. Othelino Neto, ex-presidente da Assembleia, continua sendo uma figura influente e deve usar sua experiência para articular interesses políticos que vão além das discussões legislativas.

A deputada Ana do Gás, que também faz parte da base do governo, permanece no colegiado após ser voto vencido dentro de sua sigla, enquanto os demais integrantes do PCdoB, tendem a atuar de forma menos combativa, limitando-se a oposição em temas pontuais.

Reflexos no cenário político estadual


Essas articulações não são apenas jogos de força dentro da Assembleia; elas refletem um cenário político estadual em transformação. O fortalecimento de blocos independentes e de oposição, como os formados pelo PL e pelo SDD/PCdoB, é uma resposta ao desgaste enfrentado pelo governo em temas sensíveis, como a discussão sobre impostos e a implementação de políticas públicas. Além disso, a movimentação de figuras como Fernando Braide e Neto Evangelista, ambos pré-candidatos a deputado federal em 2026, indica que os interesses eleitorais já começam a moldar as alianças políticas no estado.

A manutenção de blocos governistas robustos, como o “Juntos Pelo Maranhão” e o “Unidos Pelo Maranhão”, é essencial para o Palácio dos Leões, que depende dessa base para aprovar projetos estratégicos. No entanto, a perda de apoio de siglas importantes, como o PCdoB, pode dificultar a consolidação de uma agenda unificada, especialmente em um ano marcado por desafios econômicos e sociais.

Isolamento estratégico e perspectivas futuras


Uma curiosidade na nova composição é o isolamento do deputado Wellington do Curso, único representante do partido Novo, que permanece fora de qualquer bloco parlamentar. Conhecido por suas críticas ao governo e por uma atuação combativa, o parlamentar deve manter um discurso independente, o que pode torná-lo uma voz dissonante em momentos decisivos, mas com pouca influência prática nas deliberações mais amplas.

A reorganização dos blocos parlamentares na Assembleia Legislativa do Maranhão não é apenas um ajuste interno; ela define os rumos das discussões políticas no estado. A fragmentação e as novas alianças indicam que a governabilidade dependerá de um equilíbrio delicado entre articulação política e concessões estratégicas, com reflexos que vão além do plenário, impactando diretamente a população maranhense.

Com essa nova configuração, a Assembleia se reafirma como palco central das disputas políticas, onde cada voto e cada negociação podem ser determinantes para o futuro do Maranhão.

(Foto: Agência Assembleia)

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