Os governos do Brasil e da França reforçaram a preocupação conjunta com o impacto da disseminação de notícias falsas, principalmente através das redes sociais, e os riscos que representam à soberania, democracia e direitos fundamentais. O tema foi discutido em uma conversa telefônica, nesta sexta-feira (10), entre o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o líder francês Emmanuel Macron.

De acordo com o Palácio do Planalto, o diálogo, que durou cerca de 30 minutos, abordou temas das agendas bilateral e global. Durante a conversa, Macron reiterou o convite para uma visita de Estado de Lula à França em junho deste ano.

Lula elogiou a posição crítica do governo francês em relação à recente decisão da Meta, empresa responsável por plataformas como Facebook, Instagram e WhatsApp, de reduzir a checagem de fatos em suas publicações. “Eles concordaram que liberdade de expressão não significa liberdade de espalhar mentiras, preconceitos e ofensas”, destacou o Planalto.

Cooperação Internacional

Os dois presidentes reforçaram o compromisso de Brasil e Europa trabalharem juntos para enfrentar a disseminação de fake news. Essa cooperação visa evitar que tais práticas comprometam a soberania dos países, a segurança pública e os direitos de seus cidadãos.

AGU Cobra Explicações da Meta

Ainda nesta sexta-feira, a Advocacia-Geral da União (AGU) estabeleceu um prazo de 72 horas para que a Meta esclareça mudanças em suas políticas de moderação de conteúdo. A medida surge após o anúncio feito pelo CEO da empresa, Mark Zuckerberg, sobre a suspensão do controle de determinados conteúdos em suas plataformas.

O ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, destacou os impactos negativos dessa decisão, citando possíveis danos às crianças, à segurança pública e à sociedade em geral. “Essa decisão impacta na divulgação de conteúdos impróprios, tráfico de crianças e na propagação de práticas criminosas”, explicou Costa após reunião com Lula.

Ele também alertou para os perigos dos discursos de ódio promovidos por notícias falsas, que podem estimular preconceitos de raça, credo, gênero e outras formas de discriminação.

Com o fortalecimento dessa parceria entre Brasil e França, ambos os países esperam criar uma frente robusta contra a disseminação de desinformação e os danos sociais que ela pode causar.

Fonte: AgênciaBrasil