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Fim de ano: 6 dicas para proteger sua saúde mental

Especialista orienta sobre como lidar com sentimentos de tristeza, luto e solidão no período festivo de Natal e Ano Novo.

Foto: Divulgação

O fim de ano é tradicionalmente um período marcado por celebrações, reencontros familiares e festas. No entanto, para algumas pessoas, esse momento pode ser desafiador, despertando sentimentos de tristeza, solidão e até mesmo ansiedade.

Perdas de entes queridos, término de relacionamentos, problemas de saúde ou situações de isolamento social são fatores que podem tornar a época ainda mais difícil.

De acordo com Julia Oliveira, coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital e Maternidade São Luiz Campinas, a Rede D’Or, é comum que o luto e o isolamento se intensifiquem durante esse período, pois as festividades evocam memórias afetivas e podem acentuar a sensação de ausência.

“As festas de fim de ano muitas vezes reforçam a necessidade de celebração e felicidade, mas para quem está passando por um momento de luto ou enfrentando desafios emocionais, essas cobranças podem aumentar o sofrimento”, explica a psicóloga.

A especialista reforça que validar os sentimentos é essencial para enfrentar esse período de maneira saudável. “Ignorar ou reprimir emoções como tristeza e solidão pode gerar estresse crônico, ansiedade e até problemas físicos, como distúrbios do sono e dores musculares. Permitir-se sentir essas emoções, sem julgamento, é o primeiro passo para processá-las de forma adequada”, afirma Julia.

Entre as recomendações para atravessar o fim de ano com mais equilíbrio emocional, ela sugere:

  1. Adapte as tradições ao que faz sentido para você: Se os eventos festivos parecerem difíceis, encontre novas formas de vivenciar a data ou escolha não participar.
  2. Conecte-se com memórias positivas: Relembrar momentos felizes com entes queridos pode trazer conforto.
  3. Crie novos rituais: Preparar um prato especial, ouvir músicas aconchegantes ou escrever sobre seus sentimentos podem ajudar a ressignificar o período.
  4. Busque apoio: Compartilhar sentimentos com pessoas próximas ou procurar a ajuda de um profissional pode ser um alívio importante. Caso não haja uma rede de apoio disponível, grupos de suporte também podem ser uma alternativa valiosa.
  5. Priorize o autocuidado: Permita-se descansar e realize atividades que promovam bem-estar físico e emocional, como exercícios leves, meditação ou leitura.
  6. Respeite o seu tempo: Cada pessoa tem seu próprio ritmo para lidar com o luto ou outras emoções difíceis. Não se apresse ou se pressione para atender às expectativas externas.

A especialista ressalta que é essencial evitar a sobrecarga emocional. “Estabelecer limites saudáveis e aprender a dizer ‘não’ a convites ou demandas que não façam sentido para você pode evitar um estresse maior. Lembre-se de que não há problema em vivenciar o período de maneira diferente ou mais introspectiva.”

As festas de fim de ano não precisam seguir um modelo convencional ou idealizado. “Respeitar o seu tempo, acolher suas emoções e praticar o autocuidado são as melhores formas de cuidar da sua saúde mental nesse período”, reitera a psicóloga do São Luiz Campinas.

Rede de apoio

Caso identifique que alguém próximo está enfrentando dificuldades psicológicas, neste ou em qualquer outro período, o primeiro passo é oferecer acolhimento e escuta.

“Muitas vezes, apenas estar disponível para ouvir, sem julgamentos ou pressões, já é um grande alívio para quem está sofrendo. Incentivar a pessoa a procurar sua rede de apoio, como familiares, amigos ou profissionais de saúde mental, é essencial”, orienta Júlia Oliveira.

Caso essa rede não esteja acessível, é possível sugerir grupos de apoio ou especialistas, a fim de evitar que a pessoa enfrente a situação sozinha.

“Respeitar o tempo e as emoções da pessoa é fundamental. Não apresse processos como o luto ou a aceitação de sentimentos difíceis, permita que ela vivencie as festividades no ritmo que for mais confortável, sem pressão para “superar” ou se adaptar a um cenário que não condiz com seu estado emocional”, finaliza a psicóloga.

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