Entrevista com Marcelo Aragão: Show do Ano marca os 10 anos da 4Mãos
Um dos sócios da empresa, Marcelo Aragão, conversou com O Imparcial sobre a trajetória da marca e os desafios da produção cultural em São Luís.
A 4Mãos Entretenimento completa 10 anos de atuação no mercado. Sociedade de Marcelo Aragão e Roberto Gurgel, em entrevista a O Imparcial, Marcelo ressalta que todo o trabalho não é feito apenas a 4 mãos, mas com mãos de dezenas de colaboradores e outras pessoas nos bastidores que conseguem fazer tudo acontecer.
Após uma década, os sócios pontuam que a maior realização deles é ver o sonho dos outros serem realizados. Marcelo ostenta um brilho no olhar e a alegria em falar do trabalho, uma ideia que se tornou realidade e que em 10 anos realizou grandes festivais, grandes apresentações, reunindo milhares de pessoas em seus eventos. Uma expertise que vem do longínquo tempo do Marafolia.
“Durante muito tempo, mais de 20 anos, a gente foi sócio do Marafolia, maior evento que essa cidade já viveu, que muito nos orgulha, mas a gente via que precisava fazer algo diferente, melhor, mais emocional, voltado para a experiência do nosso cliente. E a 4Mãos surge com esse propósito. Depois de 10 anos, olhando para trás, a gente faz um balanço muito positivo daquilo que a gente sonhou e pensou quando colocou como opção para diversão da emoção das pessoas aqui em nossa cidade, que é viver algo diferente com a gente diz, dentro do padrão 4Mãos”, disse Marcelo.
Para celebrar, neste dia 6 de dezembro tem o “Show do Ano”, com os maiores nomes do sertanejo: Jorge e Mateus e Luan Santana. Uma festa que promete ser épica em São Luís, na área externa do São Luís Shopping. No dia 28 de dezembro, para fechar o ano em grande estilo, a produtora traz o cantor Belo, nos Jardins do Blue Tree Hotel. Mas ainda nem acabou o ano, e o trabalho já está acontecendo para o primeiro show da produtora em 2025. Marcelo Aragão considera mais um desafio para a trajetória da empresa.
“A gente faz o último show do ano que é o projeto CPF, que é uma label nacional, com o Belo, o Diego Facó e Karenzinha, e já temos o primeiro evento marcado de 2025 que é o Ensaio da Anitta. A gente abre a temporada de 2025 com esse projeto nacional da Anitta, sem sombra de dúvidas, a maior artista do Brasil na atualidade. A única artista do Brasil que chegou a conseguir ter realmente um grau de importância fantástico no cenário internacional. E esse projeto dela é um projeto muito grande. É um projeto que já existe há 3 anos, que começou com 7 capitais, depois, passou para 9 e esse ano são 12 capitais. E São Luís se orgulha muito porque estávamos disputando com Belém e Manaus, e a fomos escolhidos pela produção da Anitta para fazer a abertura da turnê. Eu peço para que todo mundo fique muito atento, porque esse evento vai ter grandes novidades de um pioneirismo em termos de experiência no padrão 4Mãos. Então, muito nos orgulha começar o nosso ano de 2025 com esse evento tão disruptivo e tão desafiador que é o ensaio da Anitta”, considerou Marcelo.
Balanço de 2024
“Foi um ano muito desafiador. Acho que estar empreendendo no setor de produção de eventos há tantos anos é algo que tem um significado muito forte de uma responsabilidade muito grande. Não é um mercado tão seguro de você empreender. A gente tem muitos efeitos externos de sazonalidade, assim como qualquer negócio também, de fatores macroeconômicos muito sérios que o país vive, mas a gente sai com salvo muito positivo, chegando ao final do ano com a vontade de viver mais 10, 20 anos divertindo e emocionando as pessoas”.
O desafio pós-pandemia
“A pandemia para a gente foi algo realmente muito misterioso. Nós fomos o primeiro segmento a parar e o último a retomar. Então, eu acho que isso traduz exatamente o quão trágico foi para o segmento de produção de eventos, de entretenimento como um todo, principalmente para toda essa cadeia que envolve o nosso segmento de produção de eventos que são mais de 57 negócios envolvidos diretamente dentro desse nosso outro negócio, desse grande guarda-chuva que é produzir cultura nesse país. Isso foi muito desafiador. Encerramos as nossas atividades no dia 16/03/2020 com decreto lockdown do então governador Flávio Dino, necessário, que foi provado.
Mas pra você ter ideia de como a gente não tinha noção do que seria o problema que nós iríamos enfrentar, 5 dias depois do lockdown, no dia 21/03/2020 a gente tinha um evento Vumbora com Bell Marques, uma micareta que nós iríamos fazer no estacionamento do São Luís Shopping, e a gente anunciou, no dia 21 de março, que o evento estava reagendado para o dia 30 de abri, véspera do feriado do mesmo ano (risos). Isso é uma prova concreta como a gente não tinha noção do problema que nós iríamos enfrentar. Então, nós ficamos literalmente parados 2 anos. Foram 24 meses de inatividade. E esse evento só voltou a acontecer no dia 24 de março de 2022, 2 anos 3 dias depois. Então, eu acho que isso traduz exatamente o que foi essa tragédia que nós vivemos”.
Pioneirismo no ingresso social
“Mas isso foi um alerta para que a gente realmente não fique focado em um negócio só, que a diversificação no empreendedorismo precisa ser algo muito necessário até mesmo para a segurança e para a saúde financeira como sustentabilidade dos seus negócios. Então, a pandemia nos deixou muitas lições, muitas mesmo. Eu me orgulho muito de um projeto que surgiu é de um insite na época da pandemia, porque ao longo do do nosso negócio existe uma cadeia gigante que faz com que essa roda gire. E essas pessoas dessa cadeia produtiva acabaram sendo impactados pela fome e, no final de maio de 2020 batia à porta do meu apartamento pessoas que trabalham comigo há muito tempo, dentro dessa cadeia produtiva, dizendo “seu Marcelo, me ajuda que eu estou com fome. A fome bateu na minha casa, bateu no estômago dos meus filhos, da minha família… e a gente só sabe fazer isso”.
São rostos que as pessoas não veem dentro do glamour do espetáculo que a gente faz, mas que sem eles a gente efetivamente não consegue mover uma palha. E aí eu descobri o quanto a gente consegue impactar positivamente, e distribuí solidariedade. Em 24, 48 horas, eu tinha arrecadado 5 toneladas de alimento para poder apaziguar um pouco, a fome dessas pessoas.E a partir daquele dia 31/05/2020 eu me prometi uma coisa: quando nós voltarmos a ter a possibilidade de produzir grandes eventos, eu vou implantar um projeto chamado ingresso social. Esse projeto eu me orgulho muito de ter gestado, mas que eu não trago a titularidade para a 4Mãos Entretenimento. Esse projeto tem grandes parceiros. São 4 instituições que sem elas, ele não teria condições de ter a sustentabilidade, o resultado que ele traz para a sociedade do Maranhão.
Nós já arrecadamos, de 2020 a 2024 em média 100 a 200 toneladas de alimentos por ano. Nesse “Show do Ano” nós vamos arrecadar em torno de 20 toneladas. Porque, na verdade, além da doação dos clientes que conseguem comprar o ingresso mais barato, doando 1 kg de alimento não perecível, a própria 4Mãos também faz a cada evento, uma doação expressiva e muito generosa pra poder somar a essas doações do ingresso social.
Essas instituições são as donas desse projeto e eu me orgulho muito de citar aqui: A Fundação Antônio Jorge Dino, a APAE São Luís, a ONG Solidariedade e Paz, e o Instituto Eu Faço Bem, que faz parte da Gerando Falcões. São instituições que fazem chegar – nós só somos um vetor para fazer com que a solidariedade dos nossos clientes, o fator de divertir as pessoas com um benefício monetário – e diminuir o impacto de quem passa por muita fome”.
O que a empresa ainda almeja conquistar?
“Eu costumo dizer que o melhor evento que a gente faz sempre vai ser o próximo, independentemente do tamanho. Então, eu espero ver lágrimas de emoção, arrepios na pele, histórias e memórias sendo contadas, vividas e lembradas dentro daquilo que a gente faz diariamente. Dia 6 de dezembro vai ter o Show do Ano. A gente trabalha pra que esse evento aconteça há 4, 5 meses, pensando em todos os detalhes. Dia 28 de dezembro vai ter o Belo, a gente está trabalhando nesse evento também há 4, 5 meses.O Ensaio da Anitta, a gente foi escolhido e comunicado que São Luís seria palco, desde julho deste ano, então, são gestações, são noites e noites e dias de muito suor, muito planejamento, muitos sonhos, de muita responsabilidade, para realmente produzir memórias inesquecíveis. A gente constrói realmente um álbum na vida das pessoas. A gente faz casamentos, a gente promove encontros, a gente realiza sonhos, a gente tem uma responsabilidade muito grande, porque a gente cria uma expectativa emocional que transcende aquela relação comercial da prestação de serviço, de você comprar o ingresso, e a gente entregar aquilo que você comprou.
Existe um ingrediente emocional muito peculiar dentro desse negócio que a gente escolheu empreender. Essa é uma forma muito forte da gente conseguir entregar aquilo que a gente se propõe. Então, o que eu espero nos próximos 10, 20 anos, é que Deus continue me concedendo essa capacidade de arrepiar, de sonhar, de não cansar, de não desistir, porque ao final de cada evento desses que a gente faz, tudo vale muito a pena. Vale muito a pena a gente olhar aquelas lágrimas de emoção, aqueles sorrisos de felicidade, aqueles abraços, aqueles encontros. Isso realmente não tem preço”.
Confira outros pontos abordados na entrevista com Marcelo Aragão. O bate-papo completo você acompanha no canal do Youtube do Jornal O Imparcial (@tvoimparcial) no link: https://www.youtube.com/channel/UCi-NxcXJYnCNgVC2ugwFrgQ.
Quer receber as notícias da sua cidade, do Maranhão, Brasil e Mundo na palma da sua mão? Clique AQUI para acessar o Grupo de Notícias do O Imparcial e fique por dentro de tudo!
Siga nossas redes, comente e compartilhe nossos conteúdos: