queda de ponte

Análise da água do rio Tocantins aponta que não teve vazamento de ácido sulfúrico e defensivos agrícolas

Coleta das amostras ocorreu em 24 de dezembro, sendo que a única substância detectada (o herbicida 2,4-D) teve concentração 150 vezes menor do que o VMP sobre potabilidade de água

Foto: Divulgação

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) divulgou nesta sexta-feira (27), comunicado com resultados de análises de qualidade da água do rio Tocantins após o desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), no domingo (22).

Dois dias depois do desabamento, que resultou na queda de três caminhões no leito do rio, um deles contendo ácido sulfúrico e dois transportando defensivos agrícolas, técnicos da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (Sema/MA) estabeleceram em campo parâmetros básicos de qualidade da água e realizaram coletas de amostras da água, que foram analisadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Os resultados apresentados hoje indicaram que no dia 24 não houve vazamento de ácido sulfúrico em quatro pontos monitorados entre a Ponte e a captação da Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) para abastecimento público em Imperatriz (MA), que fica a 120km rio abaixo (a jusante) do acidente. Isso porque não foram detectadas alterações na temperatura da água, no pH (que indica sua acidez) e na condutividade elétrica da água nos quatro pontos de monitoramento.

Além disso, a análise das coletas do dia 24 não detectou a presença das substâncias acetomiprido (inseticida) e picloram (herbicida) em nenhum dos quatro pontos monitorados.

Já a substância 2,4-D foi detectada somente no ponto de coleta de Porto Franco (MA) com uma concentração de 0,2 microgramas por litro (µg/L), sendo que a Portaria GM/MS nº 888/2021, que trata de potabilidade, estabelece como Valor Máximo Permitido (VMP) a concentração de 30µg/L para esse herbicida. Com efeito, o 2,4-D estava 150 vezes abaixo do máximo permitido pela norma do Ministério da Saúde (MS).

Essa concentração de 2,4-D é considerada normal em rios que atravessam áreas agrícolas, como o rio Tocantins, e, por isso, não foram encontrados indícios de contaminação da água por defensivos agrícolas decorrente do acidente na Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Além disso, as análises realizadas pela Cetesb apontaram para resultados semelhantes aos da Embrapa, já que não foi detectada a presença das substâncias acetomipridopicloram e 2,4-D acima dos limites de quantificação dos métodos analíticos empregados e, portanto, dentro dos limites de potabilidade.

Conforme o Comunicado da ANA, enquanto o material químico estiver submerso no rio Tocantins, há o risco de eventual rompimento dos recipientes de defensivos agrícolas e a contaminação da água, o que pode acarretar impactos para o meio ambiente, usos múltiplos da água e abastecimento público de comunidades ribeirinhas e cidades ao longo do rio abaixo do ponto do acidente.

O primeiro ponto de monitoramento é na barragem da hidrelétrica de Estreito, que não foi afetada pelo acidente. O segundo fica perto da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira. Já o terceiro ponto escolhido se localiza em Porto Franco (MA), 30km a jusante do desastre. Por último, o quarto ponto está próximo à captação de água do rio Tocantins para abastecimento da Caema em Imperatriz (MA).

* Fonte: Governo Federal

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